Crítica

Crítica MasterChef Júnior Brasil: aprendendo a trabalhar em grupo no 3º episódio

Meninos no circo

Último programa aguçou na criançada a sensação de trabalhar em grupo e de liderar uma equipe; resultado continua sendo ótimo

Por Luis Fernando Pereira

O terceiro episódio do MasterChef Júnior Brasil conseguiu consolidar o reality como uma das melhores opções de entretenimento da televisão aberta no país. Continua sendo incrivelmente delicioso acompanhar a criançada nesta jornada em busca de conhecimento, de amizades, e de um troféu ao final da temporada.

E para isso acontecer, já foi necessário, no terceiro episódio, tirá-los do estúdio e fazê-los trabalhar em grupo. A prova, que era importante para o programa, era ainda mais para as crianças, pois naquele momento saberíamos dizer, sem muita certeza, claro, quem ali teria predisposição para ser solidário, líder, egoísta… um momento bem importante, para dizer a verdade.

E o fato é que todos passaram com louvor. Claro que houve pequenas questões, como uma das candidatas (a Daphne) não gostar do trabalho de liderar uma equipe, e de precisar crescer muito neste aspecto. Porém, no geral, vimos crianças que conseguem trabalhar em equipe, conseguem ser solidárias e conseguem ser educadas, acima de tudo. Ninguém ali quer ver o outro na pior. Isso é tão gratificante para se observar.

Sobre a prova, duas questões: a primeira foi na escolha dos menus. Ficou claro que uma das equipes foi favorecida desde o início. A prova seria fazer um hot dog com linguiça artesanal para um grupo de espectadores do circo (sim, eles foram para o circo). Acontece que a escolha do melhor prato seria feita pelo público, então obviamente que o time formado por Aisha, Ivana, Daphne e Laura — comandado por Jacquin — seria a vencedora, pois foram os únicos que não usaram ingredientes mais exóticos para o paladar dito comum.

E segundo, as três crianças menores (e as mais fofas) da temporada foram exatamente para a mesma equipe, então o público pode ter se sensibilizado com este fato e votado neles por conta disto também. Claro que nunca saberemos, e óbvio que o prato deles devia estava delicioso, mas a edição deixou estas duas questões abertas para discussão.

MasterChef Brasil

Prova da eliminação
Terminada a visita ao circo, chegou a vez de mais uma prova de eliminação, o que cá entre nós não deveria acontecer nunca, pois todos merecem ficar no programa até ficarem adultos. Os pratos da vez seriam Rabanada, suflê de goiabada e ovos nevados, todos com um significado bem grande para a infância de Henrique Fogaça. A questão aqui era então fazer um bom prato e impressionar o Chef jurado.

Novamente foi um festival de pratos bem produzidos, com uma dinâmica de dar inveja para os cozinheiros adultos do mesmo programa. Continua sendo incrível a capacidade dos meninos em nos surpreender. E além de ótimos cozinheiros, temos maravilhosos personagens. Marcantes mesmo.

Se fosse o filme, ou uma série roteirizada, diríamos que o roteiro tem uns quatro ou cinco protagonistas: Aisha, Ivana, Sofia e Matheus. Mas ainda temos os que cozinham como poucos e que provavelmente estarão na final: Lorenzo, Lívia e Daphne. E ainda sobrou a Valentina, que tem se mostrado uma menina muito talentosa, o Eduardo com a sua eloquência… enfim, são todos ótimos personagens criados naturalmente, sem soar artificial.

Esse foi o grande achado da Band e do MasterChef Júnior: os meninos. Por mais que o trabalho dos três jurados e da Ana Paula Padrão continuem sendo bem feitos, o programa só é um sucesso porque temos um gruo incrível de crianças.

Agora é esperar mais um episódio, que acontece nesta noite, quase madrugada.

Luis Fernando Pereira é crítico cultural e editor/administrador do site

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