Crítica

Crítica Medo Viral: terror adolescente foca no sobrenatural tecnológico

Filme mostra aplicativo se apossando dos medos dos personagens; Medo Viral estreia nos cinemas no dia 16 de agosto

Prestes a estrear nos cinemas do Brasil, Medo Viral (filme produzido em 2016) é o típico terror que toma conta do circuito mais comercial, sendo focado no público jovem, com elenco adolescente, tema sobrenatural e com elementos tecnológicos, que no caso do filme está diretamente ligado à trama.

O resultado final agrada, por conseguir oferecer alguns bons sustos, e também pelo fato de, mesmo indiretamente, proporcionar uma leve discussão sobre os perigos das ferramentas tecnológicas.

A sinopse divulgada – “Um grupo de amigos baixa um aplicativo que, no início, parece uma maneira inofensiva de receber direções ou recomendações de restaurantes. Mas a natureza sinistra do aplicativo logo se revela. O aplicativo não só conhece os medos mais profundos e sombrios de cada pessoa, como é capaz de manifestar esses medos no mundo real para literalmente assustar os jovens até a morte.”

Sobre a leve discussão que o filme proporciona, é interessante perceber que o caráter sobrenatural do aplicativo poderia ser tranquilamente entendido como uma metáfora para os perigos reais que a internet atual oferece às pessoas. Em um mundo onde 100% das pessoas urbanas vivem conectadas, e reféns, da internet, dos smartphones e dos aplicativos, não é difícil imaginar algo maléfico acontecendo com o mau uso dessa tecnologia por parte de pessoas más.

O filme, entretanto, vai para as questões sobrenaturais mesmo, e trabalha outra questão que em tese é interessante: os nossos maiores medos. O espirito (ou seja lá o que seja), se apossa de todas as informações sobre as vidas dos seus usuários, e assim pode utilizar os seus maiores medos como método de ataque.

Assim, vemos um a um sendo mortos pelo medo. A primeira morte, logo na introdução do filme, é da personagem que faz a ligação com todos os outros personagens. Nikki é o fio condutor da trama, e para encontrar um jeito de se salvar, o resto da turma terá que buscar na morte dela alguma saída.

O elenco traz na linha de frente Saxon Sharbino, que vive Alice. Além dela temos Brandon Soo Hoo, e mais alguns atores desconhecidos do grande público, mas com papéis medianos em outras produções de terror, como Ouija e O Chamado 3. Com um elenco tão jovem e desconhecido, é óbvio que o ponto forte de Medo Viral não recai sob seu elenco. Não que ele seja decepcionante, mas também não é o grande destaque da história.

Medo Viral começa de modo mais lento, e sem grandes cenas, mas acaba empolgando mais do meio para o fim do filme, e a resolução, que vai trabalhar também questões tecnológicas, é interessante, mas nada muito original, até porque em dias atuais é das coisas mais difíceis encontrar desfechos de filmes bem originais.

Quem assiste ao filme, logo vai pensar que há uma forma bem fácil de resolver a questão, afinal de contas se um aplicativo está matando as pessoas que o instalam, é óbvio que a solução está em desinstalá-lo. Por vários momentos pensamos nesta possibilidade, que é no momento oportuno explicado pelos personagens. E ai de fato nós entramos para o terror sobrenatural, porque sim, Medo Viral é como O Chamado, ou Poltergeist, e outros filmes estrelados pela assombração de espíritos ou coisas malignas.

Ao fim das contas, o filme acaba sendo uma diversão. Se o espectador assistir em uma sessão noturna, ou vazia, terá uma sensação crescente de medo, e ai o filme valerá bem a pena. Em uma sessão lotada de adolescentes, a experiência pode se perder com o número grande de risadas, típicos de filmes com esta temática e com este público alvo.

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