Crítica

Crítica: menos repulsivo que o mundo de Trump, Borat segue atual

Borat

Borat não é de longe uma experiência das mais agradáveis, mas algumas de suas sequências são tão geniais que fazem o filme valer a pena  

Com tão poucos lançamentos de 2020, é compreensível que as estreias deste ano tenham um destaque ainda maior na imprensa e entre o público. Um destes lançamentos, Borat, seria destaque de qualquer jeito, afinal de contas, estamos falando de um dos filmes mais bizarros, repulsivos, e cômicos, do ano. E estas características, tão diferentes umas das outras, conseguem casar perfeitamente na definição de Borat.

Resumindo, Borat só não consegue ser mais escatológico que o mundo de Donald Trump, tema central desta nova sequência do filme.

O filme começa com Borat sendo praticamente expulso de seu país, o que o deixa com o sentimento de busca de redenção. E esta redenção passa pela ideia de aproximar o presidente americano Donald Trump com o chefe de sua nação. Assim Borat caminha rumo aos Estados Unidos, junto com a sua filha, a maravilhosa atriz Maria Bakalova.

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Sem ter o mesmo apelo que o original, de 2006, Borat – Fita de cinema seguinte, consegue ao mesmo entregar uma obra bastante datada, no bom sentido. No futuro, ficaremos sabendo, por conta do filme, que o mundo vivia um de seus períodos mais nebulosos em termos de política e de sociedade, e os Estados Unidos de Trump seguiam como a nação mais bizarra deste mundo, com espaço para negacionistas, falsos moralistas e políticos da pior espécie. Mostra ainda uma sociedade das mais hipócritas, além de servir como documento de como os Estados Unidos negligenciou todo o período inicial da Pandemia do Coronavírus.

Borat consegue entregar tudo isso de forma bastante peculiar, com o seu estilo de fazer filmes que não deixam margem para meio termo: ou se ama ou se odeia.

A escolha narrativa, que mexia com muitos dos elementos chaves da sociedade americana, além de criticar sobremaneira os republicanos e conservadores americanos. O alvo principal, Donald Trump, acaba não sendo fisgado, mas ainda assim o filme consegue nomes do alto escalão do partido, como o vice-presidente Mike Pence, e sobretudo o ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliane, na cena mais controversa e esquisita de todo o filme.

Sacha Baron Coen, mesmo com seu humor de gosto duvidoso, segue como um dos mais relevantes atores/humoristas do mundo, e o seu jeito quase escatológico de ser consegue casar perfeitamente com grande parte de nosso mundo atualmente.

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