Crítica

Crítica No Olho do Tornado: altas doses de tensão

No olho do tornado

Filme proporciona sequências de tirar o fôlego o oferece o que de melhor a tecnologia pode dar em filmes de catástrofe

No Olho do Tornado, do cineasta Steven Quale (Premonição 5), pegou muitos de surpresa ao possuir uma premissa muito próxima a do clássico dos nos 1990 Twister, filme que trazia a então estrela ascendente de Hollywood Helen Hunt em um de seus mais significativos papeis. O filme vem recebendo inúmeras críticas por conta desta apropriação indevida de um tema, o que cá entre nós, é um grande de um absurdo, já que um tema não deve ser propriedade de ninguém, sobretudo um assunto que é bastante comum aos americanos, que é a incidência de tornados e tempestades gigantescas.

Deixando de lado esta bobagem, o filme, que tem alguns pontos falhos, consegue entreter facilmente um espectador que esteja a fim de se divertir e apresenta algumas sequências de ação de tirar o fôlego e cria uma tensão poucas vezes vistas em filmes deste gênero.

Na história de No Olho do Tornado temos Pete (Matt Walsh), um documentarista no que, com a ajuda da meteorologista Allison (Sarah Wayne Callies, de Prison Break e The Walking Dead), busca capturar em uma super câmera e com o uso de sofisticadas ferramentas incluindo um carro-tanque, o olho do tornado. No meio do caminho, quando o tornado já havia feito estrago pela cidade, eles se juntam ao professor Gary (Richard Armitage, de O Hobbit) e seu filho Trey (Nathan Kress) na procura do filho mais velho dele, Donnie (Max Deacon) que estava em outro canto da cidade com a colega Kaitlyn (Alycia Debnam Carey).

A primeira parte da narrativa possui a função de preparar o terreno para os acontecimentos que vem a seguir. Busca também criar um laço afetivo do espectador com os personagens, contando assim duas histórias paralelas, que se encontram no meio da trama. Temos a história da equipe que busca fazer um documentário sobre o olho do tornado e uma família (pai e dois filhos) que estão envolvidos na festa de formatura da escola na qual o pai é vice-diretor e os filhos estudam. Esta escolha é bem intencionada e realmente ajuda o público a se importar mais com o que possa acontecer com eles. No entanto, é um tanto frágil por apresentar uma perspectiva bem clichê da situação: mãe que não tem muito tempo para a filha, pai com dificuldade de relação com os filhos adolescentes… poderia ser melhor construído, mas sabemos que os esforços dos roteiristas estavam focados nas cenas de ação, o ponto forte do filme.

No olho do tornado

Sim, chegamos à segunda parte do filme e somos literalmente jogados em meio aos tornados que assolam a cidadezinha americana. O nível de qualidade das cenas é de impressionar, com um trabalho de efeitos visuais e sonoros de tirar o chapéu. Adiciona-se a isto o fato da equipe de edição do filme ter conseguido impor um ritmo frenético e muito dinâmico que não deixa ninguém cansado. O trabalho de câmera, que ora é caracterizada pela perspectiva subjetiva (a câmera na mão, estilo documentário) e ora apresenta o estilo padrão, com alguns planos bem abertos, acaba confundindo um pouco, mas ao mesmo tempo pode dar uma ideia melhor do poder destrutivo do tornado, que é algo impressionante.

As atuações não prejudicam, e nem se destacam na história. No Olho do Tornado é uma experiência visual, sobretudo. É a experiência mais próxima que o espectador possivelmente terá deste grandioso e poderoso fenômeno da natureza. A equipe do filme soube se aproveitar deste interesse geral pelo assunto e conseguiu proporcionar cenas de arrepiar e nos fazer lembrar que não há tecnologia que vença as ações da natureza.

Tenso em sua maior parte, com alívios cômicos interessantes (uma dupla muito esquisita que busca fazer um super vídeo para pôr no Youtube) No Olho do Tornado é diversão garantida. Dinâmico, por vezes frenético, o filme consegue cumprir o que promete: cenas de ação de tirar o fôlego. Somente por isso já merece uma ida ao cinema.

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