Crítica

Crítica O Caçador e a Rainha de Gelo: divertido, filme capta a atenção infantil na reimaginação de um texto clássico

O Caçador e a Rainha do Gelo

“E justamente por se tratar de uma fábula infantil em sua origem, o longa acaba utilizando alguns artifícios tradicionais nessa construção”

Por João Paulo Barreto

Continuação do divertido Branca de Neve e o Caçador, filme de 2012 que tinha na presença dos anões vividos por alguns veteranos atores britânicos, como Bob Hoskins, Ray Winstone e Toby Jones, seu melhor trunfo, O Caçador e a Rainha de Gelo funciona bem como um simultâneo preview e continuação para a história vista na aventura anterior, apesar de não trazer de volta o grupo completo de anões do original.

Aqui, conhecemos a origem do caçador representado pelo Thor Chris Hemsworth, raptado quando criança e treinado junto a outras para compor a guarda pessoal da rainha do gelo, Freya (a inexpressiva Emily Blunt). Antes disso, a relação da rainha com sua irmã Ravenna, a bruxa má do original (Theron, que parece se divertir com a caricatura), é passada a limpo em um breve prólogo que consegue representar bem as motivações malignas de Freya, cuja trágica história traz elementos dolorosos envolvendo a perda do filho ainda bebê.

A construção da personalidade de Freya, que passa a renegar qualquer tipo de amor quando sofre a morte do próprio bebê, é um dos acertos do roteiro. Ao optar por essa abordagem pesada, representada pela perda mais dolorosa que uma pessoa pode sofrer, o filme consegue criar um forte argumento na motivação de sua vilã inicial, o que, diferente da vaidade da clássica personagem da bruxa má, consegue criar uma crível situação.

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