O Escaravelho do Diabo
“Trata-se de um filme eficiente, que consegue atualizar um pequeno clássico literário recente em uma trama fluída, na qual as intenções do vilão são críveis e têm um bom respaldo na realidade”
Por João Paulo Barreto
Amada por uma geração inteira de jovens leitores dos anos 1980 e 1990, a Coleção Vagalume, da Editora Ática, apresentou a diversas crianças e adolescentes do período o gosto pela leitura. Fui um deles, devorando obras como A Ilha Perdida e Meninos sem Pátria. Outro livro especial daquele período era O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida, que contava a história de um assassino de ruivos, e que, agora, ganha uma versão para o cinema que consegue emular bem o clima soturno da sua fonte literária.
Acertando na mudança da faixa etária de seu protagonista (no livro, ele é um estudante de medicina), aqui, Alberto é apenas um pré-adolescente na faixa dos 12 anos que tem no seu popular irmão, o motociclista ruivo e bonitão Hugo, a presença de um ídolo. Ao receber pelo correio o tal escaravelho do título, ambos pensam se tratar de uma brincadeira de algum amigo, mas, após ser encontrado morto com uma espada cravada no peito, Hugo torna-se a primeira vitima de uma série de crimes que Alberto, fã de programas como CSI, decide investigar.
Essa alteração na idade reflete no alcance do filme para com seu público alvo, o infanto-juvenil, que, apesar de não ter tido acesso ao livro na época da alta popularidade da coleção Vagalume, poderá se identificar bastante com os personagens na tela.