Crítica

Crítica: “O Filme da Minha Vida” é ruim, bom ou maravilhoso?

O Filme da Minha Vida

“Dos três filmes da carreira de Mello como diretor, este é, definitivamente, o mais deslumbrante deles. Com uma narrativa que traz um ar de homenagem aos grandes épicos do cinema clássico”

Por NoSet

Se há algo que me entristece como alguém que gosta de cinema é ver a nossa produção cinematográfica sendo muito mais reconhecida nos festivais internacionais do que pelo nosso próprio público. Basta notar que, a não ser por um círculo mais restrito de cinéfilos, o público geral pouco conhece o cinema brasileiro pós-retomada, aquele iniciado a partir dos anos 2000 e que deixou para trás os tempos negros do início da década de 1990. Sim, todos sabem sobre Cidade de Deus e Tropa de Elite, mas fora esses exemplares que conseguiram se aproximar de um formato mais familiar, os belos “dramas de festival” ficaram restritos… bem, aos festivais. Fora o óbvio problema de distribuição, a verdade é que o público quer mesmo é uma indústria que seja capaz de entregar filmes de gênero toda semana. Isso, claro, não é ruim e eu mesmo compartilho dos mesmos anseios, mas virar o rosto para a arte produzida pelos nossos cineastas de festival só nos priva dos ótimos talentos que temos por aqui.

Se há um deles que definitivamente se provou uma joia brasileira, é Selton Mello. Com uma carreira de ator já admirável, tem se mostrado, com grande consistência, ser um realizador igualmente talentoso. Após o bom Feliz Natal, dirigiu o belíssimo O Palhaço, uma tocante história sobre um artista de circo que busca reencontrar a paz interior. A habilidade em mesclar tons de comédia com uma grande sensibilidade dramática tem se tornado sua principal característica e, não com surpresa, a mantém com maestria no seu 3º longa, O Filme da Minha Vida

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