Hamburgueria Hooker
Programa da quinta-feira passada foi, de longe, o mais significativo até aqui e mostrou como estabelecimentos comerciais são mal geridos
O Programa da Band Pesadelo na Cozinha vem ganhando força com o passar dos episódios e se começou morno lá no início de janeiro hoje, já com dois meses de vida se mostra uma boa aula de como não gerir um negócio, sobretudo se ele também envolve culinária.
Claro que aqui o foco é este: a comida. Não tem como Jacquin não observar e perceber que este é o grande problema de cada um dos restaurantes que participam desta primeira temporada do programa. Porém, o que vimos até agora foi um show de competência administrativa por parte dos donos e sócios. E desta forma Pesadelo na Cozinha acaba se transformando também num case para administradores e futuros administradores de empresas sempre observarem e aprenderem.
E se levarmos em consideração o programa da quinta-feira passada, com a hamburgueria Hooker, os ensinamentos são infinitos, pois foi de longe o estabelecimento mais mal organizado que vimos até aqui, e certamente um dos mais bagunçados da cidade de São Paulo até aquele momento.
Um líder trouxa, funcionários que fazem o que querem com o trabalho; funcionários que boicotam o próprio emprego; falta de organização, de limpeza, de higiene, de saúde financeira, de tudo… e é óbvio que isso resultaria em mau atendimento e péssima comida, que antes do programa começar era descrita como a melhor de São Paulo no seu segmento (hambúrguer).
O choque de gestão foi necessário e precisou de muito esforço, talvez o maior até aqui, e precisou da demissão de um funcionário para que o ambiente começasse a se organizar. Este era um trabalho fácil de detectar e é função do dono, do Chef ou do líder. Muitas vezes basta uma simples ação para que as coisas funcionem bem. No caso da Hooker era mais que evidente que um dos funcionários trazia desequilíbrio para a hamburgueria. Era muito evidente e não tem explicação para ele ter ficado tanto tempo na empresa.
O Pesadelo na Cozinha continua sendo bem sucedido quando o assunto é mostrar que muitas vezes o problema inicial dos restaurantes não é necessariamente a comida, mas sim a falta de uma estrutura organizada e um bom ambiente de trabalho, com disciplina. A comida acaba somente refletindo a má gestão de uma empresa.
Jacquin segue impecável na arte de detectar problemas, mas o seu trabalho continua falho para a dinâmica do programa, até porque é impossível se mudar todo um pensamento em apensa alguns dias. Ainda assim, as melhoras apresentadas em cada um dos restaurantes são bastante significativas e o mérito é todo de Jacquin e de sua produção, que no fim das contas realiza uma reforma completa nos restaurantes.
Pesadelo na Cozinha segue como um ótimo entretenimento, não tão focado em culinária, que aqui fica em segundo plano, mas em trabalho de organização de empresas e choque de gestão. Merece uma segunda temporada desde já.