Crítica Rampage – Destruição Total
Dirigido por Brad Peyton. Roteirizado por Ryan Engle, Carlton Cuse, Ryan J. Condal, Adam Sztykiel. Baseado nos jogos Rampage de Midway Games. Elenco: Dwayne Johnson, Naomie Harris, Malin Åkerman, Joe Manganiello, Jake Lacy, Marley Shelton, Jeffrey Dean Morgan
Por Gabriella Tomasi
No ano de 2017 muitos filmes que retratavam um universo selvagem, com a típica inimizade e/ou a parceria entre humanos e animais ressurgiram. Desde o excelente Planeta dos Macacos: A Guerra (2017) até o blockbuster King Kong: A Ilha da Caveira (2017) e o irregular Jumanji: Bem-vindo à Selva (2017). Neste último, que também estrelava o atleta e ator Dwayne Johnson, possuía uma linguagem mais voltada para os video-games e, desta vez com Rampage – Destruição Total que já é uma adaptação dos jogos, segue a mesma temática.
Na história acompanhamos dois irmãos empresários que desenvolveram um projeto ilegal de edição genética em animais. Ao alterar os genes possibilitava aprimorar velocidade, força, crescimento deles. Mas o plano foge do controle quando sua base espacial explode, suas amostras são perdidas e acabam afetando o simpático gorila George, que até então estava sob os cuidados do primatologista Davis (Johnson). Posteriormente ele conta com a ajuda da Dra. Kate Caldwell (Harris) para encontrar um antídoto que salve seu amigo.
Rampage – Destruição Total pode até cativar fãs pelas similaridades com os jogos e até impressionar pelos efeitos visuais. Neste contexto, podemos mencionar a excelente cena dentro de um avião prestes a explodir, cuja abordagem realista fora extremamente palpável. Por outro lado, ainda que seja um típico blockbuster que está mais preocupado com o entretenimento da ação, a verdade é que o longa é completamente desprovido de substância.
Isso porque nada do que o filme tenta desenvolver é efetivamente desenvolvido nos aspectos mais básicos que um roteiro de cinema deveria minimamente ter. A começar pelos personagens: Davis é nada aprofundado em sua história pessoal e a tentativa de retratar o personagem como um antissocial é algo que não combina nem com o próprio ator. Simplesmente não convence. A Dra. Kate, por sua vez, tem um arco dramático mais definido, ainda que sua vida no tempo presente do enredo seja completamente descartada e a trajetória de ambos personagens seja resumida durante um monólogo de dois minutos.
Já os vilões são patéticos, unidimencionais e caricatos na medida em que eles passam o tempo deles vigiando os outros, assim como matam toda uma tripulação espacial, o prédio onde eles trabalham, um grupo de militares pessoais, sem que o espectador saiba da onde todo aquele império surgiu, e o porquê das suas condutas absurdas. Em outras palavras, nem sabemos os motivos que os levaram a começar a testar edição genética e aplicá-la em animais sendo que nada disso demonstra ser um benefício para eles ou que eles obtenham algum tipo de vantagem com os experimentos. Por fim, o personagem de Jeffrey Dean Morgan permanece uma incógnita sem resposta o filme todo. Continua a leitura