Crítica

Crítica Sharknado 2: e a zoeira continua

Sharknado 2

Franquia dos tubarões voadores virou febre no mundo; filme trabalha bem a ideia do quanto pior, melhor  

E a zoeira continua.

Quando o projeto Sharknado foi exibido pela primeira vez – pelo canal SyFy dos Estados Unidos – estávamos diante de uma nova e bem peculiar franquia que, anotem ai, ainda vai perdurar por bastante tempo. Já tínhamos visto franquias de tubarões, mas esta aqui conseguiu subverter tudo que imaginávamos que estes bichos pudessem fazer, já que voar nunca foi bem o forte deles. Assim nasceu Sharknado, sem se levar a sério, com um bando de atores esquecidos por Hollywood, com um roteiro nonsense, atuações assumidamente caricaturais e efeitos especiais típicos de filme B. E foi um sucesso, uma febre, porque de tão ruim o filme se tornou cult, divertido, uma delícia de assistir.

Claro que com o sucesso veio a pergunta: por que parar? Óbvio que a resposta surgiu segundos depois: não iremos parar! Daí que estamos cá, comentando a continuação de Sharknado, intitulado Sharknado 2: o segundo, com direção de Anthony Ferrante.

Os já icônicos Ian Ziering e Tara Reid reprisam seus papeis de Fin e April. A sequência do filme começa com eles viajando para Nova York, os dois estão a bordo no avião, ela sendo reconhecida como escritora por ter contado como os eventos da chuva de tubarões em Los Angeles aconteceu; ele é visto como um herói nacional. Nesta cena inicial, com participação especial da cantora Kelly Osbourne como uma das aeromoças, já somos jogados no universo Sharknado de ser: Uma tempestade que todos acreditam que chegaria a Nova York a qualquer momento, já havia chegado ao avião, e com a tempestade, os tubarões. Ah, os tubarões, que segundo April, parecem saber quem ela é e por isso ela torna-se o maior alvo deles. E de fato, a primeira ação dos tubarões em Sharknado 2 é cortar fora parte do braço de nossa loira preferida.

Terminada esta primeira sequência de arrepiar, a história começa de verdade, com a introdução dos novos personagens: Vivica A. Fox (como uma ex-namorada de Fin), Judd Hirsch, Andy Dick, Judah Friedlander e Mark McGrath, o vocalista da banda Sugar Ray (interpreta o cunhado de Fin). Eles estão na Big Apple esperando a chegada de Fin e April, mas acabam se separando para se divertirem na cidade; um grupo parte para a Estátua da Liberdade e outro vai para um jogo de beisebol, no estádio do New York Yankees. Escolha perfeita, pois o que os roteiristas queriam desde o início era jogar os tubarões nos principais pontos turísticos da cidade, afinal de contas, não adianta fazer um filme de tubarões na mais famosa capital do mundo se os bichinhos voadores não puderem cortar fora a cabeça da tal estátua. É exatamente isso que acontece, em mais uma das cenas lindamente bizarras da sequência.

Sharknado 2: The Second One – 2014

Falando em bizarrices, fica claro que Sharknado 2 veio com o propósito de superar seu antecessor neste aspecto. É tudo mais exagerado nesta sequência, com coisas do tipo: Fin pilotar um avião mesmo tendo como profissão o surf; alguém matar um tubarão reproduzindo uma tacada de beisebol; ou matar o tubarão com espada; ou então atravessar um tubarão com a serra elétrica no ar em meio ao tornado e depois fazer o tubarão de touro, montá-lo e assim não ser morto… Outra coisa surpreendente foi vermos o mesmo tubarão que destroçou parte do braço de April lá no início voltar (em meio a outros milhares de tubarões) à história bem no final, com Fin enfiando a sua mão dentro do bicho para pegar… acreditem se quiser… a mesma mão decepada da cena inicial, ainda com o revólver em punho, pronto para ser descarregado. E depois da cena finalizada, ele ainda trata de tirar o anel do dedo defunto para pedir novamente a mão de April em casamento. É muito amor pelo trash movie.

Sharknado 2: o segundo veio para provar que sim, uma sequência pode ser pior (no caso melhor) que a primeira já ruim (no caso ótima). Porque no gênero ao qual Sharknado foi inserido esses defeitos se tornam qualidades e todos os erros de lógica, as incoerências de roteiro ou as atuações caricaturais com frases de efeito absurdos se tornam a cereja do bolo. E o maior acerto deste bolo foi não se levar, em nenhum momento, a sério. É justamente o fato de não se levar a sério que torna o filme uma diversão mais que garantida, de um prazer enorme.

É chamar os amigos, comprar a pipoca e o refrigerante, apertar o play e começar a zoeira.

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