Crítica

Crítica “Um Amor, Mil Casamentos”: comédia Netflix entrega boas risadas

Um Amor, Mil Casamentos

Humor britânico consegue vários momentos de risadas escrachadas, mas a tentativa de mensagem não sai bem sucedida

Lançamento da Netflix, a comédia “Um Amor, Mil Casamentos”, tem uma introdução escrachada, com uma mensagem que vai pautar todo o filme e que basicamente diz: o acaso pode ‘lenhar’ com tudo nesta vida. Sim, a mudança do nome de um convidado na mesa do casamento é dado como exemplo, mas poderia ser milhões de outros. Um mero detalhe é capaz de mudar toda uma história, tal como Efeito Borboleta já falara no seu filme, imensamente mais denso e sério que este aqui.

Sinopse – Um Amor, Mil Casamentos apresenta diferentes versões de um mesmo dia que se repetem para Jack (Sam Claflin). Ele terá de lidar com diversas confusões com uma ex-namorada, seu melhor amigo, um convidado com um segredo e um romance em potencial na festa de casamento de sua irmã.

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Devemos dizer que o filme todo acontece em sua maior parte contando uma história linear e bem simples, por sinal. Temos um casamento, e uma série de situações que o envolvem. Uma noive que transou semanas antes com um rapaz em Londres. Esse rapaz então vai ao casamento para dizer a todos. O irmão da noiva que cria expectativa ao saber que a amiga de sua irmã, que ele quase beijara anos antes, estaria ali também, e solteira. Mas a sua ex-namorada também está no casamento, e com o atual, que a pede em casamento momentos antes. Enfim, somos apresentados a um grupo de personagens que abraçam a comédia absurda (nem tão absurda, para falar a verdade), e vestem a camisa do filme, que em certo ponto dá certo porque o elenco é bem bom.

O fio condutor da história é um calmante pesado que a irmã de Jack, a noiva, pede para ele colocar na bebida deste rapaz com quem ela transou semanas antes, numa recaída. Acontece que Jack coloca o calmante na taça que ele achava que seria entregue para ele, porém as crianças que estão casamento trocam os nomes dos convidados de lugar (típica brincadeira infantil). E a partir de então a ideia de acaso e de uma mudança em mero detalhe tomam conta da trama.

Vemos em dois terços da história a trama linear, com todas as situações e um desfecho um tanto trágico para o filme. E depois deste desfecho a narradora misteriosa de “Um Amor, Mil Casamentos” nos avisa que uma pequena mudança na história, no caso, na troca dos nomes dos convidados, faria uma enorme diferença no resultado final dos acontecimentos.

Um Amor, Mil Casamentos

Este fato, bastante clichê, é usado para dar vida ao filme e a partir daí vemos todos as situações sendo reprisadas, agora com resultados diferentes. Esta parte da história acaba não sendo tão engraçada quanto a primeira parte, por exigir que o espectador abrace por completo o absurdo. Há de certa forma uma quebra bem grande na narrativa, e isso afeta o roteiro. O resultado só não é catastrófico porque o elenco é bom e as tiradas de humor inglês nunca decepcionam.

O humor de cunho sexual é o mais fraco e acaba sendo usado com exagero. Tamanho de pênis é algo que devia ser superado em filmes de humor ou mesmo comédias românticas. Ainda assim, o bela Freida Pinto acaba ajustando a situação e entrega boas risadas.

Com um elenco interessante e bem talentoso, “Um Amor, Mil Casamentos” é uma comédia boba, mas que tem a capacidade de fazer quem assiste rir bastante, mesmo que logo depois venha a cabeça aquela frase: “mas que filme idiota”.

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