Bruxarias
“Dirigido por Virginia Curiá. Roteiro por Anxela Loureiro”
Por Gabriella Tomasi
Nesta nova animação espanhola e participação brasileira, somos apresentados a uma menina de 10 anos chamada Malva, que passa o dia no trailer com sua avó e seu bicho de estimação Lalila e três caracóis, fazendo um tour pelas cidades a fim de comercializar produtos homeopáticos e medicinais. O sucesso desperta o interesse da rival Rufa, dona de uma fábrica de cosméticos, a qual, determinada a roubar as famosas receitas familiares e ter controle do mercado, seqüestra a avó. Portanto, caberá Malva salvá-la.
Desde o início a narrativa apresenta problemas, a começar pela maneira que o stop-motion dos personagens fora executado. Isto porque de vez em quando os desenhos parecem um tanto descuidados, dando a impressão de serem legos, tantos cenários quanto os próprios personagens, e que, por isso, dão a impressão de que podem ser desmontados. Alguns movimentos e interação entre os bonecos não parecem tão naturais como, por exemplo, em O Pequeno Príncipe (2015). Contudo, os gráficos ainda funcionam em boa parte do tempo, e nunca chegam no nível amador, felizmente.
Porém, a ausência de tanta naturalidade se deve igualmente pela forma como o roteiro foi trabalhado. Os vilões são unidimensionais e há personagens incrivelmente deslocados que soltam frases redundantes e de efeito, como, por exemplo, os dois amigos de Malva que aparecem/desaparecem do nada e têm uma participação mínima; a mãe de Rufa que beira à burrice ao ser completamente alheia ao que acontece ao seu redor; o assistente da antagonista, os quais juntos em um momento…Continua a leitura