Crítica

Crítica: vale a pena assistir “Dunkirk”, grande estreia da semana?

Dunkirk

“O diretor opta acertadamente por dividir os acontecimentos em três pontos da batalha: “O Molhe”, espécie de píer localizado na praia de Dunkirk; “Mar”, com a iniciativa de um pai que segue com seu barco para resgatar soldados; e “Céu”, com a melhor das narrativas”

Por João Paulo Barreto

Tendo como uma de suas marcas as metragens longas, com mais de duas horas, algumas beirando as três horas de duração, Christopher Nolan acerta ao optar por um corte conciso e calcado em uma narrativa mais enxuta (com pouco mais de cem minutos) em seu mais recente trabalho, Dunkirk, excelente foco dado pelo diretor a um menos conhecido episódio da Segunda Guerra Mundial.

Ao contar a história de civis moradores da região costeira da Inglaterra que decidem, em seus barcos de passeio, resgatar soldados ingleses e aliados sitiados pelos alemães na cidade que leva o título do filme, Nolan traz um enquadramento bem específico, com poucos núcleos dramáticos. Inicialmente, essa opção poderia ser vista como uma falha no desenvolvimento de seus personagens, aparentemente superficiais em suas inserções, porém, ao sermos apresentados àquela luta pela sobrevivência e ao modo como o episódio histórico em si é colocado como protagonista naquela narrativa, percebemos a eficiência na escolha do diretor. Em Dunkirk, o conjunto de todos os acontecimentos se sobrepõe a eventos isolados, e é justamente esse viés geral que torna cada um deles um rico e importante recorte, parte geral de uma equilibrada e bem dosada narrativa.

Shares: