Crítica Silêncio o novo filme de Martin Scorsese
Dirigido por Martin Scorsese. Roteirizado por Martin Scorsese e Jay Cocks. Baseado em na obra literária Chinmoku de Shusaku Endō. Elenco: Andrew Garfield, Adam Driver, Liam Neeson, Tadanobu Asano, Ciarán Hinds, Shinya Tsukamoto, Issey Ogata
Por Gabriella Tomasi
Martin Scorsese certa vez revelou que em determinado momento de sua vida pensou seriamente em se tornar padre e, assim como Hitchcock, impossível não presenciar alguns elementos religiosos em suas produções. Naturalmente, pois, que mais cedo ou mais tarde nos depararíamos com um filme como Silêncio, ou seja, sobre fé religiosa.
No século XVII uma igreja católica de Portugal recebe a notícia – sete anos depois da última carta enviada – de que o padre jesuíta Cristóvão Ferreira (Neeson) possivelmente praticou apostasia durante a sua missão no Japão. Não acreditando no destino e na fraqueza da fé de seu antigo mentor, os padres Sebastião Rodrigues (Garfield) e Francisco Garupe (Driver) decidem partir para o país, a fim de encontrá-lo onde foi visto pela última vez. Ocorre que, em território japonês, o cristianismo é proibido e a ditadura budista é comandada pelo Inquisidor Inoue-Sama (Ogata). Assim, camponeses japoneses cristãos são perseguidos e tentam fugir das torturas das autoridades se escondendo nos pântanos. Lá, os padres devem ficar presos durante o dia para não serem descobertos e os cultos devem ser feitos todos à noite. Ao mesmo tempo em que tentam encontrar Ferreira, Rodrigues e Garupe lutam para manter o cristianismo vivo na comunidade.
Devido à perseguição religiosa é que a missão jesuíta torna-se cada vez mais difícil e sufocante para os espectadores que presenciam toda a narrativa executada por meio de um olhar completamente subjetivo da câmera… continua a leitura