Crítica

Crítica: Warner Movies exibe nesta terça sensacional “Sniper Americano”

Filme começa às 22h30 desta terça-feira

Nesta terça, dia 8 de janeiro, os fãs de um bom filme de ação tem encontro marcado com a sessão Warner Movies, às 22h30. O filme que será exibido é “Sniper Americano”, com o mega astro Bradley Cooper.

Sniper Americano
(American Sniper, 2014) Ação, EUA, 16 anos. Com: Bradley Cooper – Sienna Miller. Nascido no Texas, Chris Kyle aprendeu a atirar ainda na infância ao caçar veados com seu pai. Quando cresceu, se tornou um dedicado e habilidoso atirador de elite das forças especiais da marinha norte-americana. Por conta de seus bons resultados no exército, é escolhido para atuar em uma importante missão na guerra do Iraque durante dez anos. Apesar de todas as glórias e condecorações que recebeu em seu retorno para casa, a experiência em campo o deixou profundamente abalado emocionalmente. Agora, Kyle precisa enfrentar os fantasmas da época de batalha enquanto precisa dedicar-se a sua família.

Crítica
Sniper Americano nasce da obrigação americana de responder aos ataques de 11 de setembro. A vida de Chris Kyle, o atirador mais letal da história da Marinha americana, passa a ter sentido a partir deste momento. Na trama, dirigida pelo icônico Clint Eastwood, esta passagem é simbólica, e destacada, pois marca a mudança de vida de Chris, que até então era um típico Cowboy americano, daqueles bem tradicionais mesmo.

Sniper Americano

Sabemos que Clint Eastwood é um patriota dos grandes e certamente essa atmosfera acabou adentrando na história. O filme, resultado de uma autobiografia do atirador, segue à risca os caminhos do livro e em momento algum questiona, reflete ou impõe algum problema no percurso de Chris dentro de sua história na Marinha. À medida que sua fama se alastra, e ele passa a ser considerado uma lenda, um exemplo a ser seguido, o filme se fecha pra ele e somente apresenta os fatos, com didatismo e certo ufanismo.

A direção de Clint é segura e competente como sempre, disto não há muita dúvida. A narrativa se desenvolve linearmente, exceto na introdução, quando Kyle está prestes a matar seu primeiro alvo (uma mulher) e quando se ouve o som do tiro, voltamos, através de flashback, à sua infância, e a momentos da relação de Kyle e seu pai. Tentar entendê-lo a partir desta ótica seria interessante, mas o filme para por ai, e passa a tão somente apresentar seu trabalho como atirador de elite da Marinha americana, intercalando com a sua vida amorosa, com o início de namoro que rapidamente se transforma em casamento.

A questão aqui é que Sniper Americano é – comparado com Guerra ao Terror – bem menos denso, e – comparado com A Hora Mais Escura – bem menos relevante. Não existe nenhum subtexto por trás do filme de Clint Eastwood; é tudo muito didático, é a apresentação padrão de uma história biográfica, como se fosse retirado de um diário, mas sem confissões nem camadas para se refletir. O filme, tal como a mira de Kyle, é bastante preciso, pontual e racional.

As motivações que levaram Kyle a ser considerado o atirador mais letal da história da Marinha americana são simples, tal como a sua personalidade. Ele diz algo do tipo: eu mato para salvar meus companheiros. E pronto, não há muito que contestar, questionar, refletir. Não há outro sentimento velado em sua fala, em suas ações. Clint deixa isso bem visível no filme, o que não é problema algum, mas definitivamente tirou o poder que a história poderia possuir enquanto experiência cinematográfica.

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