Música

Crítica X Factor Brasil: com bons candidatos, programa desta segunda comprovou que problema está com os jurados

Lara

Calcanhar de Aquiles de quase todos os reality musicais do mundo, os jurados sempre estão aquém do esperado

Antes de qualquer coisa, temos que admitir que existe um problema universal em torno dos reality shows musicais: os jurados estão sempre aquém do que esperamos deles. Um ou outro pode ser considerados exceção à regra, tal como Simon Cowell, do próprio X Factor, Pharrel Williams, que no The Voice americano deu feedbacks dos mais sensacionais, e mais alguns outros. No Brasil temos o mesmo problema, e o programa desta segunda-feira do X Factor Brasil só fez comprovar isto.

E o principal alvo das críticas é a jurada e cantora Alinne Rosa, cantora de axé, bastante contestada enquanto cantora, mas que agora está do outro lado, dando feedbacks e argumentos que vão mexer com as vidas de muitos jovens que estão ali jogando todos os seus sonhos em um programa de televisão.

Para que não sejamos injustos, mais uma vez, o problema é universal. Alinne tem sido uma jurada incipiente, tal como foi Gwen Stefani ou Shakira no The Voice americano, ou Britney Spears, jurada do X Factor americano. Ou seja, é um problema internacional. Aqui no Brasil, temos problemas com Claudia Leitte no The Voice Brasil, e até mesmo Sandy, incontestável como artista, que faz um trabalho bem morno no Superstar.

Mas a bola da vez é Alinne, então vamos lá: até agora a cantora baiana não mostrou a que veio. Nesta segunda foi notório que ela não tem (ou preferiu não dar) bons argumentos para justificar um sim ou um não. Nas vezes que ela ousou falar de técnicas vocais, parecia que era algo ensaiado já, de tão padrão que era a fala.

Mas os erros não vieram somente de Alinne: Di Ferrero possui o mesmo discurso para 80% dos candidatos: “você tem potencial, mas eu não sei”. Bem, se não sabe, que não tivesse aceitado o trabalho. Um outro sério problema de Di é colocar o nervosismo do candidato como empecilho. Ele diz: “Você é ótimo, mas estava nervoso demais”. Ora, o nervosismo é algo que pode ser trabalhado nas fases seguintes do programa. Falta de talento é que não. Soava injusto cada candidato que era eliminado por conta somente do nervosismo.

Por pouco uma das melhores candidatas da noite não sofria deste mal: a doce e talentosa Lara, de Belém. Qualquer pessoa em sã consciência percebe que se bem trabalhada, esta menina vai longe, porque é talentosa e tem uma história de vida muito bonita. E é uma pena que a edição do programa não saiba contar. Melhoraria tanto a dinâmica do programa se soubessem contar melhor as histórias de vidas dos candidatos.

Mesmo Lara tendo feito uma apresentação digna, por muito pouco não foi eliminada por estar nervosa demais, o que seria uma incoerência para a proposta do X Factor, que é desenvolver potenciais.

Neste sentido, o erro foi do melhor jurado até aqui, Rick Bonadio, que peca às vezes, mas é de longe o melhor dos jurados. Um candidato pode respeitar as palavras de Rick, mesmo que sejam duras. Mas é melhor ouvir de alguém que conhece, do que ouvir palavras vazias de artistas. Paulo Miklos que o diga.

Mas para não falar somente dos problemas, vamos a melhor das constatações: o programa desta segunda foi o melhor no quesito candidatos: tivemos ao menos uns cinco bons nomes, com chances de chegar longe. Ariane, o grupo Squ4re, Lara, Igor Black, Amanda, e mais alguns.

Ao menos neste sentido, o programa vem crescendo.

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