Coluna de Pedro Del Mar sobre política, educação, cultura e muitos outros assuntos
Dia Mundial de Combate a Homofobia
Ontem, 17 de Maio, foi o Dia Mundial de Combate a Homofobia. Com algumas exceções aqui e acolá, a data passou despercebida em muitos meios de comunicação, redes sociais e por parte dos internautas. O “esquecimento” talvez tenha se dado porque estejamos, quase todos, imersos e sufocados no debate sobre o caos político que nos assola, é difícil pensar/falar sobre outro tema nos últimos meses. Talvez, ainda, tenha sido um mero lapso ocasional.
Qualquer que seja a justificativa, a data não deveria ter sido esquecida.
Não deveria porque, segundo estatísticas do GGB – Grupo Gay da Bahia, 318 LGBT’s foram assassinados no Brasil em 2015, uma média de 1 assassinato a cada 27 horas. Destes, 52% eram gays, 37% travestis, 16% lésbicas, 10% bissexuais.
Não deveria porque a homofobia mata, inclusive, pessoas não LGBT: deste total de mortos, 7% são heterossexuais confundidos com gays.
Não deveria porque foi somente em 1990, tempo curtíssimo em termos históricos, que a homossexualidade foi retirada oficialmente da classificação de doenças da OMS – Organização Mundial de Saúde.
Não deveria porque a transsexualidade, em pleno 2016, ainda consta como uma doença na CID – Classificação Internacional de Doenças.
Combate homofobia
Não deveria porque ainda vamos aos estádios gritar “bicha” para o jogador e/ou torcedor do time adversário crendo que isso é uma ofensa.
Não deveria porque o discurso “não tenho preconceito, mas…” ainda é predominante em nossa sociedade.
Não deveria porque ainda há religiões que distorcem os valores do cristianismo e ensinam aos seus fiéis que ser homossexual é pecado e imoral.
Não deveria porque não deveria, ponto e basta. Ser homofóbico não é humano, não é cristão, não é civilizatório, não é aceitável.
Não deveria porque é bárbaro, repugnante, odioso e asqueroso.
Não deveria.
Pedro Del Mar baiano, 25 anos, repórter e colunista. Um curioso nato que procura enxergar o mundo sem as velhas e arranhadas lentes do estabilshment. Acredita que para todo padrão comportamental há interessantes exceções que podem render boas histórias.