Cinema

Diário de Bordo – O Seminarista 29 de janeiro

O Seminarista

Diário de Bordo – O Seminarista, de Mauricio Amorim.

Domingo, 29 de janeiro de 2012, por volta das 9 horas da manhã.
Estamos em frente de uma igreja na cidade baiana de Seabra esperando o resto do elenco que ainda não havia chegado. Além de mim estão boa parte da equipe técnica e o cineasta Mauricio Amorim, diretor do projeto em questão: O Seminarista, segundo longa-metragem de sua carreira profissional. O sol, ainda razoável nesta manhã pacata, irá se mostrar mais pra frente como um dos grandes obstáculos para as filmagens, só perdendo certamente para os carros e motos que circulavam por perto do local das gravações, atrapalhando e muito o cronograma da manhã. Pouco tempo depois chegam os dois principais atores da manhã, Ítalo Bruno, o protagonista da história, fazendo o papel de Eugênio, e Ramon Carvalho, que interpreta um de seus amigos. Rumam para a maquiagem e logo depois já estão prontos para o início dos trabalhos.

Vale destaque que o processo de produção de O Seminarista começou já na segunda semana de janeiro, e que se encontra neste momento em sua fase derradeira, com final previsto para esta semana ainda, por volta de 04 de fevereiro. Já foram rodadas cenas na cidade de Palmeiras, inclusive o desfecho do filme, que foi filmado no Morro do Pai Inácio, local dos mais simbólicos do interior da Bahia.

Voltando às filmagens. Elas estavam marcadas para começar 8:30 da manhã, mas de fato só iniciou-se lá pelas 10 horas, já com o sol querendo se mostrar mais intensamente. Quem faz cinema sabe muito bem que sol muito forte quase nunca é desejável para o processo de filmagens. Além desse pequeno grande problema, uma notícia me preocupou: havia acabado de acontecer algum acidente sério de carros próximo dali, e as vítimas foram levadas inicialmente para um dos hospitais da cidade, que fica exatamente ao lado da Igreja usada como locação. Não tinha como não querer saber o que aconteceu; nesta hora o faro jornalístico acaba falando mais alto. Como informação, sabe-se que tiveram algumas vítimas em estado grave que foram levadas para Salvador, mas outro dia conto o desfecho deste acidente.

As filmagens da manhã foram realizadas por toda a parte externa da Igreja, já que a produção foi proibida de filmar internamente. Restava obedecer e gravar o que podia. Foram três cenas, todas interligadas na história e que perduraram por toda a manhã. A primeira cena, de número dezenove no projeto, foi certamente a mais complicada de todas, precisando de quase 30 tomadas para ser finalizada. Depois ficou mais tranquilo. Como já havia dito, um dos principais problemas desta manhã se deu por conta do barulho externo, principalmente pelos carros e motos que passavam por perto do local de filmagens. Assim, uma ideia foi dada e um dos componentes da equipe desceu para o início da rua e começou a pedir aos motoristas que trafegassem por outro trajeto.

Cinema de guerrilha é isso!

A manhã acabou, foram todos para a pousada e algumas horas depois já estava boa parte da equipe em outra locação, agora fechada, sem perigo de sol forte ou barulho de carros. A parte da tarde foi bem mais calma e produtiva, já que uma das sequências mais importantes da história acabava de ser filmada. Merece destaque, pois é uma cena densa e bem dramática, um dos pontos centrais do filme, certamente. Fernando Neves e Edson Cardoso participaram de todas as cenas da tarde, junto com o protagonista, Ítalo Bruno. Lá pelas 19 horas acabavam as gravações do dia e todos voltaram para a base, o dia de trabalho havia acabado, e mais uma noite de eventos sociais começava ali.

Até amanhã.
* O Cabine Cultural foi convidado pela produção do filme para realizar  cobertura jornalística.

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