Panorama
Panorama Coisa de Cinema no Cabine Cultural
Certa vez um estimado professor disse-me que o grande momento na vida de um pesquisador é quando ele expõe seu trabalho ao público, seja num seminário acadêmico, num congresso ou algo similar, pois é neste instante que tal trabalho toma sentido, torna-se verdadeiro. O diálogo de um projeto com o mundo exterior tem o poder de fazê-lo relevante, detestável ou descartável. Acredito que o mesmo princípio me sirva para definir a apresentação fílmica num festival de cinema.
Esta pequena introdução serve para contextualizar a experiência que vivenciei nesta última semana (18-25 de agosto), tendo sido selecionado para participar do Júri Jovem do VII Panorama Internacional Coisa de Cinema, aqui em Salvador, e como consequência disto, tendo assistido mais de uma dezena de sessões, muitas delas com os seus realizadores presentes, trazendo então a possibilidade de diálogo da obra com o seu público.
E foram nestes diálogos que percebi algo que já suspeitava há tempos: a exibição pública de um filme marca o corte do cordão umbilical, separando assim, o cineasta de sua obra. Evidente que voltam a se encontrar, mas agora como dois seres distintos; um ainda depende do outro, mas já há uma nova identidade, construída com os diversos olhares alheios que se fixam na telona e continuamente vão formando juízos a respeito. Esses olhares chamam-se espectadores.
Nesta perspectiva, notei diretores aderindo às opiniões acerca de seus filmes, discordando delas, compreendendo-as, surpreendendo-se, irritando-se… enfim, as reações são e sempre serão das mais diversas, este é o ponto.
Tentarei aos poucos, durante esta semana que vem chegando, expor as minhas sensações e sobretudo análises de alguns dos filmes que assisti neste interessante festival de cinema chamado Panorama Internacional Coisa de Cinema.
Até mais.
* O VII Panorama Internacional Coisa de Cinema aconteceu de 18 a 25 de agosto de 2011, no Espaço Unibanco de Cinema, em Salvador, Bahia, Brasil.