P-U-N-C-H – Christian Benvenuti
Em formato de ópera, o projeto P-U-N-C-H aborda a relação entre a IBM e o holocausto, temática desconhecida ainda em um espetáculo artístico. O grupo responsável pelo espetáculo trabalha em seu desenvolvimento desde 2012, quando iniciou a pesquisa do projeto, o qual já foi contemplado com o prêmio Funarte Petrobras Klauss Viana de Dança 2012. Agora, para o projeto realmente sair do papel, a equipe está fazendo uma campanha para viabilizar figurinos, cenografia e iluminação dessa grande produção.
Para apoiar o projeto, o público pode acessar www.cartarse.me/punch até o dia 12 de fevereiro. Nesse período, o site precisa arrecadar R$ 19.622, e caso não alcance esse montante, os valores serão devolvidos ao público apoiador. O valor é necessário para colocar o espetáculo em cena, e o esperado é que até o final de março ele já esteja em exibição.
Espetáculo
P-U-N-C-H é uma ópera de Christian Benvenuti, com coreografia de Silvia Wolff, renomada bailarina e coreógrafa gaúcha, e direção cênica de Alexandre Vargas. A história apresentada pelo espetáculo é real: a aliança estratégica entre a corporação IBM e a Alemanha nazista, revelada pelo trabalho investigativo do jornalista e ativista de direitos humanos Edwin Black.
A IBM, segundo as investigações do jornalista, foi responsável pelo desenvolvimento, produção e implementação de sistemas automatizados de informação para auxiliar o partido nazista a eleger os cidadãos “indesejáveis” ao futuro da Alemanha, identificando quem eram essas pessoas e onde estavam, e os catalogando por suas características.
P-U-N-C-H por Christian Benvenuti
O trabalho da IBM possibilitou ao Terceiro Reich localizar, prender e transportar para campos de extermínio os negros, judeus, homossexuais, portadores de deficiência física ou mental, ciganos e todos os que não se encaixavam no perfil ariano.
Para apresentar essa história a ópera esta organizado em três atos: A Corporação; O Gueto; e O Campo, explorando três significados da palavra punch em inglês: “inserir informação ao pressionar um botão ou perfurar um cartão”, “conduzir gado, empurrando-o com uma vara”, e “golpear com o punho”.
O espetáculo também instiga o debate acerca da inclusão social e diversidade, através de temas contemporâneos como o controle social pela tecnologia, homofobia, racismo, segregação e sexismo, tendo como fio condutor o Holocausto, questionando até mesmo a própria definição de ópera.