FIAC 2013
O Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC), já tradicional no calendário cultural da cidade de Salvador chega à sua sexta edição, apresentando 23 produções de cinco países, que irão se espalhar por cerca de 20 espaços de Salvador. Tudo isso a partir de 20 de setembro.
Espaços
Uma das marcas desta edição do Festival é o número de espaços não convencionais que serão ocupados por espetáculos de teatro, dança e algumas performances. Teremos espetáculos ambientados tanto no suntuoso Palácio Rio Branco quanto na popular Estação da Lapa.
A programação artística reúne espetáculos de teatro, dança e performances da Bélgica, Alemanha, Espanha e Argentina, além do Brasil, com produções de seis estados – Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins e Bahia.
Abertura
A abertura acontece com o espetáculo Preparatio Mortis, do belga Jan Fabre, um dos nomes de maior destaque no panorama internacional das artes cênicas. Cinco mil flores de várias espécies compõem o ambiente da montagem nesta primeira apresentação de uma obra do polêmico Fabre no Norte/Nordeste.
Veja: FIAC 2012
Também teremos os espanhóis Pere Faura e Iñaki Álvarez, que (re)interpretam manchetes de jornal de forma poética e bem-humorada na montagem Diari d’Accions. O teatro realista argentino volta a marcar presença no Festival com El Tiempo Todo Entero, uma livre adaptação do clássico O Zoológico de Vidro (Tennessee Williams), da companhia El Silencio, que tem projetado internacionalmente o nome da diretora e dramaturga Romina Paula.
Da Alemanha, a coreógrafa alemã Riki Von Falken e o dançarino Naim Syahrazad, da Malásia, trazem o espetáculo ECHO. It’s Just a Temporary Thing, no qual 200 pratos são utilizados num ambiente cênico que trata do encontro entre culturas.
Ficção – Crédito Otávio Dantas
Espetáculos nacionais
Oito espetáculos de quatro regiões do Brasil – Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste – oferecem um recorte do que está acontecendo nos palcos do país. De São Paulo, a Cia. Hiato (sucesso de público na edição 2012 do festival com o premiado O Jardim) traz seu mais novo projeto Ficção, composto por monólogos autorais.
O prestigiado LUME, com Os Bem-Intencionados, sua nova montagem, que investiga envolve atores e público em um espaço cênico que recria ambiente de um bar. Também da cena paulista, o grupo As Graças (SP) toma o Passeio Público de Salvador, com drama e poesia, para falar de mulheres que “habitam” o Parque da Luz, no centro de São Paulo. Do Rio, a coreógrafa Dani Lima e sua companhia trazem dois espetáculos-inventários: o infantil Pequena Coleção de Todas as Coisas e o adulto 100 Gestos, que mapeia movimentos emblemáticos do século 20.
Nossa cobertura em outras edições do FIAC
A paranaense Michelle Moura, cofundadora do extinto coletivo Couve-Flor, apresenta Big Bang Boom, obra que promove um diálogo entre dança e instalação. Tocantins e Goiás estreiam no FIAC. Do primeiro estado, a companhia Lamira visita a Alemanha do pós-guerra para refletir sobre o homem atual em Adorno da Realidade. E, numa parceria de veteranos, o ator goiano Guido Campos Correa se junta ao diretor Hugo Rodas (uruguaio radicado em Brasília) em Boi, sobre um homem que pretere a companhia dos seus semelhantes para viver com os bovinos.
Espetáculos baianos
Fábio Vidal (de Seu Bonfim e Sebastião), um dos mais prestigiados da sua geração, estreia seu novo solo autoral, Joelma, inspirado numa das primeiras transexuais do Brasil. Na área teatral, também o ator Caio Rodrigo (Pólvora e Poesia) está sozinho no palco, ou melhor, nos fundos do restaurante La Taperia, em Cartografia do Abismo. Na dança, dois solos revisitam gêneros musicais populares: Pout-Pourri (Marvan Carlos, a partir do break dance) e Censurado (Ticiana Pereira, funk). Já Ricardo Alvarenga (com autopoiese) e Michelle Mattiuzzi (Merci Beaucoup, Blanco!) realizam performance-instalação.
Crítica do curta-metragem Joelma
A cena teatral baiana comparece também com os premiados Dissidente, de Gordo Neto, e O Segredo da Arca de Trancoso, do grupo Vilavox, além de Casulo, da Cia. Teatral Abdias Nascimento, e Nunca Nade Sozinho, de Nadja Turenkko. “São propostas que representam bem a diversidade temática e estética que o FIAC pretende apontar”, observa Felipe de Assis, que assina a direção do Festival com Ricardo Libório. Ele enfatiza que as três primeiras peças também estão inseridas no contexto de busca de novos espaços que interferem diretamente no conceito do espetáculo. Bem como Paradox – Baile Contemporâneo, espetáculo de dança de Leda Muhana, que toma os espaços do Palácio Rio Branco.
SERVIÇO Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIACSala do Coro do Teatro Castro Alves, Teatro, Galeria e Pátio do Goethe-Institut, Teatro do SESC-SENAC Pelourinho, Teatro Molière (Aliança Francesa), Teatro Martim Gonçalves, Casa Preta, Espaço Xisto Bahia,Solar Boa Vista, Teatro Pequeno (Casa Via Magia), Palácio Rio Branco, Galeria do Museu de Arte Moderna da Bahia, Escola de Dança da Funceb, Teatro Vila Velha, foyer do Teatro Castro Alves, Sala Polivalente do Teatro Castro Alves, La Taperia (Rio Vermelho), Estação da Lapa, Passeio Público, Praça da Sé
20 a 29 de setembro
R$12 (inteira) e R$6 (meia) e espetáculos com entrada franca