Vivadança 2012
Festival Internacional Vivadança 2012!!!
Uma amostra da atual produção de dança em diversas partes do mundo vai ser apresentada e discutida em Salvador, durante o VIVADANÇA Festival Internacional, que, pelo sexto ano consecutivo, ocupa todo o mês de abril, com programação diária dedicada às linguagens da dança e seus caminhos, refletindo as inquietações artísticas e os meios de produção, diálogo e difusão que envolvem o segmento.
Ao todo, profissionais de 18 países participam do festival, entre artistas, pesquisadores, professores, curadores e fomentadores culturais. Eles se distribuem numa extensa programação que inclui apresentações de espetáculos, exibição de vídeos (documentários ou videodanças), exposições e intervenções de artes visuais, oficinas e atividades reflexivas como debates e mesas-redondas.
Pela primeira vez na história do VIVADANÇA, parte da programação de espetáculo será apresentada também nas cidades de Belo Horizonte e Brasília, na primeira semana de maio, em mostras simultâneas que envolvem atrações internacionais e das três localidades que abrigam o festival – Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal. A iniciativa é uma forma de “criar e fortalecer redes” e também aproveitar melhor a vinda ao Brasil de artistas estrangeiros, para que eles se apresentem em outras capitais do país, como destaca Cristina Castro, diretora artística do festival.
O VIVADANÇA tem patrocínio da Oi, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda, Secretaria da Cultura do Estado e Governo da Bahia; Chesf e BNDES, através da Lei Rouanet, CAIXA e Governo Federal; apoio cultural da Oi Futuro e Fundação Cultural do Estado da Bahia. A realização é da Baobá Produções Artísticas e do Teatro Vila Velha.
Identidades e intercâmbios– Entre as atrações internacionais que participam do festival, estão o coreógrafo e dançarino José Chalons, da Martinica, com uma proposta que promove uma conexão entre as culturas africana e japonesa, denominada de afro-butô. De Israel, o coreógrafo Idan Cohen aborda questões de identidade através do clássico O Lago dos Cisnes, a monumental peça musical de Tchaikovsky. Também de Israel, Dafi Altabeb apresenta três solos: High Expectations, Out of Choice e Under the Carpet.
Já o alemão Storm recupera sua própria trajetória em 28 Jahre in 28 Minuten (28 Anos em 28 Minutos), que se confunde, em diversos momentos, com a história de um país que busca sua identidade, renuncia o seu passado e rejeita suas próprias singularidades. A companhia espanhola Los Dedae transita entre real e imaginário, fantasia e memória, em Punto Ciego, e o grupo suíço Linga explora a força do gesto num mundo saturado de imagens, em No.thing.
Diferentes temas, estilos e nacionalidades se cruzam na mostra Solos Stuttgart, com vencedores e finalistas do Internationales Solo-Tanz-Theater Festival, com intérpretes do Burkina Faso, México, França-Rússia, Itália e Polônia. Enquanto a companhia francesa Propositions explora o vocabulário de gestos individuais e formas de realizar seu compartilhamento na montagem Espaces Exquis.
Um intercâmbio efetivo entre Brasil e França se estabelece em dois trabalhos apresentados no festival. Um deles é o espetáculo Desastrados…, coprodução da Virtual Companhia de Dança, sediada em São José do Rio Preto, e da Cie Ladainha, da cidade de Rennes, numa montagem que investiga como os corpos, com as suas variadas formas, histórias e conhecimentos, respondem de forma diferente a um mesmo estímulo ou desafio. Já a companhia Dezeo-Ito, que nasceu na França e “reside” em Itacaré, interior da Bahia, apresenta dois solos, que abordam particularidades e acolhimento em diferentes contextos culturais.
Produção nacional – A diversidade que caracteriza a programação e história do VIVADANÇA acompanha o conjunto de obras de grupos nacionais. O teatro coreográfico está representado pelo grupo Taanteatro, de São Paulo, reconhecido pela investigação de linguagem que tem resultado em obras de caráter ousado e inovador, como Máquina Hamlet fisted, que coloca os emblemáticos personagens shakespereanos Hamlet e Ofélia no limiar entre a aceitação e a revolta contra as tradições de poder da atualidade brasileira e da América do Sul. Já a fusão da dança de salão com técnicas contemporâneas e elementos da teatralidade marca o trabalho da bem-sucedida trajetória da companhia mineira Mimulus, que apresenta Por um Fio, mergulho no universo dos bordados, escritos e amontoados de Arthur Bispo do Rosário.
Da Bahia, a companhia Viladança, dirigida por Cristina Castro, mostra duas montagens do seu repertório. Uma delas é o infantil Da Ponta da Língua à Ponta do Pé, espetáculo lúdico e didático, carro-chefe de um programa de formação artística que já contemplou mais de 40 mil pessoas desde 2004. A outra montagem é Aroeira – Com Quantos Nós Se faz um Árvore, uma abordagem poética de imagens do cotidiano a partir de trilha sonora inédita de Milton Nascimento. Entre os espetáculos baianos, destacam-se também os solos autorais Pau-Brasil, de Aldren Lincoln, que organiza percepções a partir da dança e da fotografia; Web-Cam – Sexo, Som e Imagem, de Leandro Oliveira, que investiga as fronteiras de dentro e fora de espaços físicos, virtuais e emocionais; e Partida, de Bárbara Barbará, obra sobre a experiência do rompimento.
Conexões de linguagens – Ainda sobre a programação artística, a sexta edição do VIVADANÇAdá continuidade a quatro ações lançadas nos anos anteriores: a Mostra Casa Aberta, a Mostra Hip Hop em Movimento, o Prêmio VIVADANÇA e a Cinemateca. A primeira leva ao palco cerca de 400 artistas, entre profissionais e amadores, promovendo não só a diversidade de estilos, mas também um intercâmbio espontâneo entre bailarinos da Bahia. Já a Mostra Hip Hop conta com oficinas (de break dance, grafitti e DJ), shows, mesa-redonda, feira, além de uma batalha de break que se desdobra em dois dias de disputa e apresentação.
O Prêmio VIVADANÇA, por sua vez, é um incentivo à criação de produtos artísticos, destinando recurso financeiro e apoios técnicos e de divulgação para uma obra inédita em dança. Em sua terceira edição, contemplou o projeto m’bolumbümba, de Lia Günther Sfoggia (coreógrafa) e Guilherme Bertissolo (músico), que se propõem a explorar, de maneira inovadora, desdobramentos coreográficos e musicais a partir da capoeira, e a ligação conceitual intrínseca entre as duas linguagens nesta manifestação popular. Já a Cinemateca conta com uma seleção de videodanças e documentários a serem exibidos no Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha, antes das apresentações no palco principal do teatro.
Formação e reflexão – A programação do VIVADANÇA se completa com atividades voltadas para a formação e de caráter reflexivo. Este ano, ao todo 27 oficinas serão ministradas por artistas e pesquisadores, com conteúdos variados, que vão de danças tradicionais a técnicas contemporâneas, de dramartugia da dança à abordagem crítica de espetáculos. Três mesas-redondas refletem sobre temas distitos: conexão entre a dança africana e outras culturas, procedimentos de comunicação no movimento hip hop e curadoria para festivais.
“A ideia é sempre ampliar horizontes e criar espaço para que as conexões do mundo moderno, que são inevitáveis, cumpram um papel de democratização e valorização dos contextos culturais e procedimentos artísticos, e que façam de todos, artistas e não-artistas, agentes de reflexão sobre a realidade atual”, propõe Cristina Castro.
SERVIÇO
VIVADANÇA Festival Internacional
Data: 1º a 29 de abril Locais: Teatro Vila Velha, Teatro do Goethe-Institut (ICBA), Teatro Molière (Aliança Francesa), Cine-Teatro Solar Boa Vista. Ingressos*: R$ 10,00 e R$ 5,00