Música

Gonzaga – de Pai para Filho

Gonzaga – De Pai Pra Filho

Uma história de pai para filho, mas que serve para todos os públicos, com certeza, do mais jovem ao mais velho – todos – vão se emocionar

Se “saudade amarga que nem jiló”, eu não sei, mas o que eu senti quando assisti ao filme Gonzaga – de Pai para Filho, foi uma maravilhosa saudade desses queridos artistas – Gonzaguinha e Gonzagão – imortalizados pelas suas belíssimas canções.

Fiquei extasiada e imensamente feliz pelo que assisti no cinema. Em primeiro lugar, pelo belíssimo trabalho realizado na produção desse filme: elenco afiadíssimo, emocionante e encantador. Trilha sonora, sem comentários, por si só, fala e emociona, também. Fotografia belíssima. Roteiro fantástico, mesmo baseado em uma história real e riquíssima, foi bem sintetizado e amarrado, não deixando nada a desejar (mesmo sabendo que a história desse Rei do Baião é enorme e tem é coisa ainda a ser contada).

A cada dia o cinema nacional está arrasando em suas obras e nos fazendo ainda mais acreditar no potencial de nossas histórias reais e fictícias, bem como no de todos os profissionais envolvidos na composição e realização delas.

Falando um pouco da minha visão de espectadora, que vivi em cada imagem, diálogo, música, e sentimentos, muito bem interpretados, o orgulho de ter (pois ele é imortal, como assim fala uma narração que inicia o filme) Luiz Gonzaga como ícone e conterrâneo nordestino, que soube representar o seu povo da forma mais sublime que pode existir: através da música, que eleva, alegra e inebria a alma de sensações, que muitas vezes, nem sabemos descrever.

Uma história de superação, coragem, determinação, garra, valores familiares, do amor de pai para filho, independente dos laços consanguíneos, que inspira a importância do perdão, de fazer as pazes com o passado e sepultá-lo, e mais que tudo, que divulga a coragem de um povo que mesmo diante da seca, da fome, do preconceito, dos sofrimentos, é capaz de transformá-los em poesia, canções que ultrapassam as barreiras da sociedade, dos preconceitos, das grades da acomodação e une todas as raças – como assim foi, é, e sempre será a música de Gonzagão.

Uma história de pai para filho, mas que serve para todos os públicos, com certeza, do mais jovem ao mais velho – todos – vão se emocionar. Esse filme nos coloca em contato com as nossas emoções mais profundas e isso é fantástico. Sempre fui fã de Gonzagão e Gonzaguinha, e depois de entrar em “catarse” com esse filme, com certeza, fiquei ainda mais. Afinal de contas, parafraseando nosso querido Gonzaguinha: “a gente quer valer o nosso amor, a gente quer valer nosso suor, a gente quer valer o nosso humor, a gente quer do bom e do melhor…”

Fica a dica para quem não assistiu nos cinemas, assistir a minissérie.

Angel Marques é atriz, escritora e possui o blog O Exercício do Amor Próprio.

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