Música

Grande estrela de A Regra do Jogo, veja Alexandre Nero em entrevista exclusiva

Alexandre Nero

Ele avalia o perfil de Romero Rômulo, elogia João Emanuel Carneiro e Amora Mautner, e afirma que ser protagonista lhe toma muito tempo e fala da fama

Por Camila Botto

O ator curitibano Alexandre Nero, 45 anos, começou sua trajetória na televisão relativamente tarde: há apenas oito anos. Mas o tempo já foi suficiente para colecionar importantes personagens e arrebatar o público brasileiro.

Em pesquisa divulgada pelo Datafolha, em agosto deste ano, Nero foi apontado como o terceiro ator mais querido da TV brasileira. Ele só perdeu para os figurões Antonio Fagundes e Tony Ramos.

A estreia já aconteceu no horário nobre: como o inocente verdureiro Vanderlei na novela A Favorita, escrita por João Emanuel Carneiro, mesmo autor de A Regra do Jogo, que agora lhe confia o protagonista Romero Rômulo.

Aliás, a partir da próxima semana,  o ex-vereador vai decidir mudar de lado e deixar a facção criminosa da qual faz parte. Romero sentirá o gosto de ser um verdadeiro herói ao ajudar a salvar vidas em um assalto em que não estará envolvido com os criminosos.

Do começo até hoje, Nero coleciona papéis importantes como o motorista Baltazar de Fina Estampa (2011), o advogado Stênio de Salve Jorge (2012) e seu primeiro protagonista, o Comendador José Alfredo, de Império, assinada por Aguinaldo Silva e exibida até o começo deste ano.

Com o Comendador, Nero foi alçado ao posto de galã e estrelou o último grande sucesso da faixa das 21h da Globo/TV Bahia, com médias de até 40 pontos no Ibope (cada ponto equivale a 67 mil domicílios na Grande São Paulo).

Em entrevista a esta que vos escreve, o ator fala do desafio de encarar outro protagonista em tão pouco tempo, avalia o perfil de Romero Rômulo, elogia João Emanuel Carneiro e Amora Mautner, afirma que ser protagonista lhe toma muito tempo e fala da fama.

Romero Romulo é um cara totalmente dúbio, né? Como foi a sua preparação para o personagem e como surgiu o convite?
O Romero, na verdade, é um sobrevivente. Frágil emocionalmente, ele vem de um ambiente onde só existe ódio ao seu redor e aprendeu que a sociedade só quer dinheiro e poder. Ele é um cara que dança conforme a música. As pessoas podem vê-lo como um vilão, mas para mim ele é um vilão sem talento (risos).

A construção de um personagem é basicamente um trabalho intelectual, mas sempre busco referências em situações que observo no dia a dia, filmes, livros, seriados. No caso específico do Romero, o filme alemão “ A vida dos outros”, dirigido pelo Florian Henckel von Donnersmarck, foi uma inspiração importante. Outra referência foi o conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, do Guimarães Rosa. Fui algumas vezes ao Vidigal, comunidade aqui do Rio de Janeiro na qual o Morro da Macaca foi inspirado, e conheci um típico Romero, aquele malandrão carioca, que se virava, frequentava as altas rodas mas que, na verdade, mal tinha onde dormir. Tem um estilo de vida ali que é bem o do Romero: eles são todos amigos, têm muita liberdade, falam alto, falam andando (risos). Foi bacana ter vivenciado essa realidade de perto.

Sobre o convite, eles me chamaram duas vezes para fazer o teste do personagem e eu disse não, porque eu estava exausto, esgotado, mesmo. Mas aí entra a Amora: ela me ligou, com todo carinho e atenção, e me convenceu a simplesmente fazer o teste. Eu fiz no meio das gravações de “Império” e eles ficaram ainda mais certos de que tinha que ser eu! Certamente a que mais pesou na minha decisão de aceitar o convite foi o fato de ter sido esse o personagem mais instigante que surgiu para mim, depois do Comendador.

Como está sendo trabalhar com João Emanuel Carneiro e Amora Mautner, duas feras…

Leia a entrevista completa

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