Crítica

Hipocrates: dramédia de humor negro faz crítica ao sistema de Saúde da França

Hipócrates

Um filme regular, falta empatia e emoção no personagem Benjamin protagonizado pelo jovem ator Vincent Lacoste

Por Marcia Bessa

A comédia dramática Hipócrates (França), direção de Thomas Lilti, assim como o título confirma, o Pai da Medicina, é ambientada dentro de um hospital em Paris. Fala de Medicina, as dificuldades da profissão e os dilemas dos médicos em situações que fogem ao seu controle e a falta de estrutura do sistema de saúde na França. Fala de preconceito racial e como os médicos imigrantes são rebaixados como profissionais.

O jovem Benjamin (Vincent Lacoste) é um  estudante de Medicina e inicia seu internato em um hospital de Paris, onde seu pai Prof. Barois (Jacques Gamblin) ocupa um alto posto médico. Benjamin trabalha com Abdel Rezzak (Reda Kateb), médico residente imigrante, e como tal é obrigado a trabalhar como interno junto aos estudantes.

Quando Benjamin executa um procedimento incorreto no paciente Tsunami (Thierry Levaret) e este morre, a equipe tenta encobrir o seu erro. A partir daí Benjamin terá que lidar com suas dificuldades e ética médica em relação à profissão, e entra em crise existencial.

Este longa com certo humor negro, faz crítica ao sistema de Saúde da França. A falta de equipamentos e materiais, a falta de competência e abuso dos internos, pouca supervisão dos superiores, fica bem evidente no filme. Câmera na mão, parece que estamos em um seriado sobre um dia em um hospital. A Medicina é até vista “como uma maldição”, como diz o médico Abdel Rezzak, quando deve ser uma devoção.

Um filme regular, falta empatia e emoção no personagem Benjamin protagonizado pelo jovem ator Vincent Lacoste.  E por ser  passado em ambiente claro, muitos diálogos ficam inteligíveis pela claridade.

Marcia Amado Bessa é enfermeira e escreve para o ótimo blog de cinema Cine Amado

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