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Letras Irreverentes: Meu João e o pé de feijão

Coluna de Helena Prado sobre tudo que o universo pode oferecer; um espaço para contos, crônicas, textos, relatos…

Letras Irreverentes: Meu João e o pé de feijão

Eu sonhei que eu ia morrer. Chorei, chorei, chorei demais. Nem dá pra descrever. E acordei, depois de pensar tudo que escrevi abaixo, suada, ofegante, mas muito aliviada.

Pensei o tempo todo nas minhas lindas e muito amadas filhas, minhas queridas, nas nossas vidas, em tudo, tudo que se relacionava a elas, gravidez, parto, enxoval, colégios, tudo, tudo, adolescência, casamento, inclusive no pai delas e na madrasta que eu gosto muito.

Como eu faria sem ver minhas filhas?  Seria insuportável. Um nó no peito, um aperto, uma dor, um horror só de pensar…

Ai, a mamãe! Como ela ficaria, meu Deus!? Ela perdeu dois filhos. Eu e ela somos sobreviventes, de uma vida marcada por tragédias… . Ai coitadinha! Ela não iria aguentar. Ela iria despirocar… E meu sobrinho-neto, o Guilherme, uma belezinha! E a minha Katina, ai como eu gosto dela! E da sua linda Nina, sua filhotinha. Ela é namorada do meu sobrinho mais amado, o Renato.

E a “minha” Vera? Prima querida, ponderada … Pô, sem ela, faço tanta burrada!  É verdade! E o Luiz, ai, como eu amo este primo! E o Robertinho, outro primo tão querido, tão meigo! Ah, sei lá, é muita gente.

João e a mulher do gigante

A Tera… Quem diria?  Eu e ela não nos suportávamos no colégio.  Nós nos reencontramos no Facebook. Pô, e eu gostei tanto dela, da inteligência dela, do jeito dela, desbocada, gozada, generosa, adoro! E foi recíproco, tenho certeza.

E a minha Sancia? Meu eterno agradecimento a esta que considero minha melhor amiga. Amo tanto a Sancia! Ela pode até não me dar bola como outro dia ela não deu. Mas não faz mal. Eu a  adoro!  E a Maria Yêdda? E o Erasmo? Essa família é linda e querida demais. O que fazer sem essas pessoas?

E o meu João? Alguns parágrafos só pra você, meu bem. O “meu caro amigo”, kkkkkkk! Ah, João, nananinanão. Você não escapa de mim, não. Com quem eu vou conversar lá no inferno, decerto, sobre o que aqui conversamos? Pra quem eu farei aquelas perguntas idiotas de menina que estudou em colégio de freiras? Tipo: João, você me ama? kkkkkkkkkkkkk!

Ai, ai, ai, ai, ai!

Ah, João, pensa aí e me dá uma solução. Você me dá tantas soluções, pô! Me dá também pra essa situação. Pensa bem: eu fiquei sem ninguém desde 2005. Faz seis anos que me deu vontade de ter alguém, um companheiro. De repente e do nada, a gente se reencontrou por acaso. E como eu fiquei feliz em te ver tão bem, nossa!.

Pé de feijão

Agora que a gente está nesse rala e rola, mais rola do que rala -rola escadaria e rala no trabalho – não dá pra ficar sem você DE JEITO NENHUM. PONTO.

Fui até reler a história de João e o pé de feijão pra ver se tinha uma inspiração pra gente se encontrar, no caso de existir vida após a morte. Eu direcionava os grãos de feijão pra o raio do lugar pra onde eu ia, e você me ligava do seu celular pro meu, avisando que ia me encontrar. E escalava com seu corpo atlético o pé de feijão e eu já estaria lá na chegada te aguardando, e a gente poderia namorar todos os dias,  como tem sido já há vários meses.  Não pense que eu estou louca. No espiritismo, eles dizem que tudo que tem aqui na terra, tem também no lugar pra onde a gente vai. Então, alguém põe meu celular no caixão. Caso o Wifi da Net esteja meio picando a conversa, liga pro outro da VIVO, a que eu adoro(?). O número é: 9 52331 7423. OK? Bom, aqui é 11. Sei lá se pra onde eu vou muda o DDD, kkkk! A VIVO, que sabe tudo é tão boa, deve ter o DDD de lá, kkkkkkkkkk!

Aí , eu que me achava louca, fui ler de novo a história do João e o pé de feijão. Pô, cara, o inglês que escreveu essa historia pra “criancinha” tinha cheirado, no mínimo, uma carreira inteira de cocaína, para cada página que ele escreveu. Ô cara maluco, sô!

Princesa

Uma piração, João, te juro! Mistura vaca com grãos de feijão, árvore gigante que cresce aleatoriamente da noite pro dia, gigante canibal, mulher boa de estatura normal e burra, casada com o tal gigante, terra desabitada, galinha que põe vários ovos de ouro maciço quando é ordenada, harpa de ouro maciço que toca é louca e fala… O cara que criou a história pra criancinha, repito, acho que era muito doidão Tem princesa como prêmio pro João. Com um detalhe: O João, que era bonzinho, é ladrão. A aí eu fui olhar mais e encontrei mil interpretações, tentando explicar psicologicamente, uma história sem pé nem cabeça e a personalidade de cada uma das personagens, uma estupidez que criancinha nenhuma merece.

Bom, passado esse chororô, eu pensei que morrer tinha lá suas vantagens: eu nunca mais iria ouvir o som de novela nenhuma, olha que bom! Nunca mais saberei de política, nunca mais verei que jovens que querem prestar o exame do ENEM deixarão de prestar porque umas bestas que se deixam ser massa de manobra de políticos que estão putos porque perderam as eleições e a grana que os abastecia, e calcados na desculpa de serem contra a reforma e o currículo do ensino infantil, fundamental e médio, ocuparam as escolas e os que querem estudar estão sendo prejudicados porque não há MP e polícia pra arrancar esses malandros, que têm todo direito de protestar, mas não têm o direito de infernizar a vida dos outros que querem prestar o exame, pô! Vão protestar no raio que os parta, mas não nas escolas, cacete!

Também nunca mais eu terei de fazer regime. Que maravilha! Nunca mais eu tentarei emagrecer tomando suco de couve. Bah! Nunca mais terei que me depilar, ai! Nem me maquiar, nem ir ao cabeleireiro e odiar o que o cara faz no meu cabelo, não irei mais fazer as unhas, nem tirar o buço, nem passar horas ouvindo um papo tão pixulé e com a TV ligada e com o som altíssimo no salão. Nunca mais eu terei de entrar num sacolão, num supermercado, dirigir neste trânsito insuportável de São Paulo….

Eu sonhei que no meu velório muitas pessoas irão dizer que eu era muito louca. Como eu sei? Passei a vida inteira ouvindo isso, por que agora iria mudar?; pô, mas Helena é amorosa à beça; mas brava pra caramba; turrona; teimosa; encasquetada…

Gigante

Eu sonhei que eu ia morrer de boa. Sem sofrimento, sem dor, rindo à toa.  Porque, olha só: dor já basta o que a eu venho sentindo desde fevereiro.

Eu sonhei que eu morri feliz pra caramba, anestesiada, tipo pá-pum. Cabelão cumprido, magrinha e bonita. E com você do meu lado, João. Agarradinho, bem agarradinho, entendeu?

Eu não quero morrer devagarinho, não. Nunca, jamais, never.

João, meu amor, vai pesquisando no Google onde o seu xará encontrou o cara que trocou os grãos de feijão encantados pela vaca do João, OK? Em caso de necessidade, a gente já vai providenciando. Vai que o sonho…

Eu quero o nosso pé de feijão. Porque por ele poderão subir todos os queridos que citei no início desta baboseira.

Você me ama, João? kkkkkkkkkkkk!

Aos 17 anos publicava minhas crônicas no extinto jornal Diário Popular. Foi assim e enquanto eu era redatora do extinto Banco Auxiliar, um porre! Depois me dediquei às filhas. Tenho duas, Paola e Isabella. Fiz comunicação social. Mas acho mesmo que sou autodidata. Meu nome é Helena e escreverei aqui aos domingos.

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