Mother Movie
Especial da colunista Gabriella Tomasi sobre os filmes ignorados na principal premiação de cinema do mundo, o Oscar
Por Gabriella Tomasi
O Oscar de 2018, cuja cerimônia será realizada no dia 4 de março de 2018, prestigiou os melhores filmes de 2017 com indicações. Apesar de fazer jus à todas as escolhas da Academia, nem tudo é perfeito. Impossível não notar que algumas produções foram completamente ignoradas e que deveriam ser lembradas na premiação.
Confira nossa lista dos filmes esquecidos de 2017!
mãe!
alvez o motivo pelo qual mãe! fora esnobado é pela polêmica que girou em torno do filme. Muitos odiaram, outros amaram, e essa falta de consenso pelo roteiro controverso foi a principal maldição de Aronofsky. No entanto, foi incrivelmente injustiçado, já que poderia facilmente ter sido indicado nas categorias de montagem, fotografia e a atuação impecável e poderosa de Jennifer Lawrence poderia ter rendido um espaço na categoria de Melhor Atriz. Quem sabe este filme seja mais aceito e compreendido com o tempo, mas fato é que nem todos estavam preparados para mãe! E os mais conservadores da Academia certamente não eram fãs dessa produção.
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A Ghost Story
A Ghost Story é um dos filmes mais impactantes e envolventes que já vi e pouco fora comentado. Não sei ao certo se as acusações de Casey Affleck logo após de seu trabalho por Machester à Beira-Mar tiveram alguma influência nisso ou não, mas fato que seu menosprezo nas premiações fora chocante. O filme poderia muito bem ter ocupado o lugar de The Post: A Guerra Secreta ou O Destino de uma Nação (ambos filmes sensacionalistas demais) na categoria de Melhor Filme ou até mesmo em Roteiro Original, mas A Ghost Story sequer teve uma chance. Abordando temas atemporais como luto, morte, vida e superação, é uma pena que ele tenha ficado de fora.
Bom Comportamento
Bom Comportamento é um dos filmes mais injustiçados da história da indústria cinematográfica. A atuação poderosíssima de Robert Pattinson e o comovente Ben Safdie não foram lembrados nas categorias de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, respectivamente, muito embora ambos poderiam ocupar a vaga de certos concorrentes como o já veterano Denzel Washington ou Woody Harrelson por Três Anúncios para um Crime, já que este último filme já tinha outro nome indicado, qual seja, Sam Rockell. E mesmo uma fotografia impecável e uma produção excelente não foram o suficiente para entrar na lista da Academia. Um desperdício!
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Mulher Maravilha
Mulher Maravilha foi totalmente esnobado. Eleito um dos melhores filmes do ano de 2017 pelo American Film Institute – AFI, difícil compreender porque ficou de fora. O longa dirigido por Patty Jenkins poderia facilmente ser colocado nas categorias de roteiro adaptado, fotografia, montagem ou então efeitos visuais. A representação feminina e o respeito que este filme conquistou, faz com que merecesse mais destaque, porém, difícil explicar os motivos. Claro, vale salientar que os membros da Academia são pouco fãs de blockbusters, mas nomear Kong: A Ilha da Caveira ao invés de Mulher Maravilha para competir o prêmio para efeitos visuais é, no mínimo, um pecado.
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O Estranho Que Nós Amamos
A diretora Sofia Coppola foi agraciada com o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes, mas completamente esquecida no Oscar, o que teria sido ótimo se a filha de Francis Ford Coppola tivesse uma oportunidade de competir com outra diretora mulher indicada Greta Gerwig, por Lady Bird. Há uma grande ausência de representação de cineastas mulheres na premiação da Academia e a inclusão de Sofia seria igualmente muito merecida. Sua direção excepcional de personagens posicionados como tableaux vivants em tela; uma montagem cuidadosa; uma direção de arte maravilhosa; e uma fotografia impressionante deveriam ter sido reconhecidas. Além disso, um roteiro habilmente adaptado poderia facilmente ter ocupado a vaga que Logan conquistou. Não que este último seja ruim, mas a adaptação de O Estranho Que Nós Amamos é bem mais meticulosa e ousada.
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Lucky
Em todos os prêmios de 2017 sequer ouvimos falar de Lucky. O filme passou inteiramente despercebido, muito pouco comentado, embora seja uma das produções mais lindas e tocantes do ano. Harry Dean Stanton, um dos maiores atores que existiu, morreu logo depois da conclusão do longa e tampouco fora lembrado, quem sabe será reverenciado apenas no “in memoriam” da cerimônia. Lucky poderia facilmente ter encaixado nas categorias de direção, trilha sonora e roteiro original.
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Columbus
O diretor estreante Kogonada foi pouco reconhecido no ano de 2017 com seu impactante e belo Columbus. Seu trabalho é tão habilidoso e detalhista que supera muitos outros cineastas e realizadores experientes, mas apenas conquistou uma boa recepção da crítica, ficando longe da época de premiações, o que é uma pena. Columbus tem tudo para se tornar um cult, um clássico do cinema, mas infelizmente a Academia o ignorou completamente.