Literatura

Literatura – Grandes autores de romances policiais

Muito antes de CSI, muito antes de NCIS, muito antes de Cold Case e de todas as outras séries do gênero que pululam na TV, as histórias de detetive e assassino já eram um sucesso de público e de crítica. Os chamados romances policiais eram – e ainda são – livros nos quais um crime acontece, e o leitor tem que ler até o último capítulo para satisfazer sua curiosidade (muito humana, aliás) e descobrir o culpado.

Apelidado no mercado de língua inglesa como “who done it?” (quem fez isso?), os romances policiais são projetados para tentar enganar o leitor que, diga-se de passagem, quer ser iludido, mas vai resistir o quanto puder. Para atingir o objetivo, os autores fazem como no jogo de poker: blefam, insinuando culpados e plantando pistas falsas. Um blefe bem feito é uma arte, e tem até sua própria efeméride, ou seja, uma maneira de adicionar beleza ao jogo. Nos livros, trazem satisfação ao leitor enganado.

Apesar da concorrência atual dos seriados (melhor seria dizer que são spin offs), os livros de detetive continuam agradando leitores, e uma nova safra de autores está aparecendo. Por outro lado, os clássicos também estão ganhando força, numa relação sinergética com TV e cinema. Veja a seguir alguns dos maiores autores do gênero.

Edgar Allan Poe, o precursor

No passado, os romances policiais não existiam porque não se escrevia sobre assassinatos, um assunto tido como de mau gosto. Quem quebrou a barreira e escreveu as primeiras obras onde alguém matava alguém foi o americano Edgar Allan Poe, um autor também associado com contos de terror. Allan Poe seria uma versão primitiva e literata dos góticos de hoje em dia, com seu fascínio pelo sombrio. Sua obra Assassinatos na Rua Morgue é tida como o primeiro romance policial da história.

Arthur Conan Doyle, o impulsionador

Quem deu forma ao estilo policial, no qual crimes ocorrem, e um mesmo detetive os soluciona, foi Conan Doyle com seu fleumático Sherlock Holmes. O astuto consultor inglês conseguia ver o que os outros não viam e resolvia os casos usando sua lógica impecável. Sucessos como o Cão dos Baskervilles e O Signo dos Quatro foram lidos por dezenas de milhões de pessoas e tiveram inúmeras adaptações para cinema e TV, catapultando o estilo para o patamar de sucesso planetário.

Agatha Christie, a rainha

Se Connan Doyle definiu o estilo, foi Agatha Christie quem melhor soube aproveitá-lo. Apelidada de Rainha do Crime, escreveu mais de noventa títulos ao longo de várias décadas. Seus detetives Hercule Poirot e Miss Marple resolviam os mais intrincados e estapafúrdios mistérios, como em Assassinato no Expresso do Oriente e Morte no Nilo, ambos com versões cinematográficas consagradas.

Georges Simenon, o reflexivo

Se a Inglaterra tinha Agatha, a França tinha Georges Simenon. O autor francês produziu dezenas de histórias estreladas pelo detetive Maigret que, além do crime, trazia dramas pessoais e reflexões, acompanhadas de descrições detalhadas de Paris em meados do século XX. Antes das facilidades da TV, os livros de Simenon eram uma maneira eficiente de conhecer a cidade sem sair da poltrona.

Stieg Larsson, o diferentão

O autor sueco da trilogia Millenium caiu no gosto dos leitores pelo estilo diferente de abordar os romances policiais. Os Homens que Não Amavam as Mulheres, A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar são ótimas opções de renovação do gênero. E todos viraram filmes.

Dan Bown, o hollywoodiano

E por falar em filmes, o que dizer dos livros de Dan Brown? O Código Da Vinci, Anjos e Demônios e Inferno são, na sua estrutura, romances policiais. Com umas pitadinhas de ação, cuidadosamente colocadas para facilitar a versão cinematográfica.

Luiz Alfredo Garcia-Roza, o brasileiro

Nosso país também tem sua contribuição a dar para o gênero. Há vários jovens autores escrevendo romances policiais, muitos deles inspirados por Luiz Alfredo Garcia Roza, o autor carioca falecido em 2020. Com seu personagem icônico, o delegado Espinosa, o autor nos transporta, a cada livro, para Copacabana, em uma versão fluminense do que Simenon faz com Paris. Achados & Perdidos é um dos seus livros mais conhecidos, mas foi com O Silêncio da Chuva que o autor ganhou seu Prêmio Jabuti. Leitura com recomendação enfática, nem que seja apenas para apreciar um bom romance policial escrito em português nativo – e de ótima qualidade.

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