Guia politicamente incorreto do sexo – Luiz Felipe Pondé
“A prostituta é a mulher mais fiel que um homem pode ter.” (L.F.P.)
Por Elenilson Nascimento
Quem já leu os textos e/ou já ouviu os comentários de Luiz Felipe Pondé, vai estranhar o seu livro “Guia do Politicamente Incorreto do Sexo”, Editora LeYa. Um livro demasiadamente ruim. Mal escrito. Parece ter sido feito no facão. E isso tudo é péssimo ao se pensar que foi escrito por um pensador contraditório como é o Pondé, ou melhor, um livro que parece ter sido copilado de coisas soltas na rede, uma literatura de almanaque, filosofia de boteco de periferia. Com 222 páginas, editadas de uma forma para fazer volume no livro, Pondé parece dialogar em uma filosofia para adestramento de universitários sem nenhuma leitura, sem metafísicas ou aprofundamento, em um livro raso e demasiadamente feio. Nada a acrescentar!
Lendo o capítulo intitulado “O risco da invisibilidade”, onde o autor, enfim, diz maravilhosamente que “a política correta do sexo deixa você numa cama vazia”, me fez lembrar que hoje em dia fazemos uma analogia entre escritores e o ambiente feudal, de câmaras, graal, urnas, castelos medievais, espadas, como se os espíritos dos autores ali dentro fossem espíritos deslocados por uma dobra do tempo para o lugar da literatura inóspita, clássica, um lugar inalterado pelo tempo, lógico, que fala de um tempo em que o literário está subjugado ao limbo. E vemos atores atrizes, blogueiros, subcelebridades catapultados como escritores e escritoras que não têm nem nomes subjugados às editoras que pedem preço para publicarem. “A praga do politicamente correto destrói, no campo do sexo e do afeto, inúmeras relações construídas entre homens e mulheres ao longo de milhares de anos. Relações que se formaram a fim de dar conta dessa insustentável paixão que um tem pelo outro, tanto nas suas formas legítimas, como o casamento e a família, quanto nas suas formas ilegítimas, como o adultério e os segredos de alcova”, concluiu o filósofo.
Mas Pondé, o filósofo do caos, fala também sobre afetos tristes; dos tempos dos chatinhos e chatinhas politicamente corretos da internet; cita Kraus, Nelson Rodrigues, Rousseau, Marx, Marquês de Sade, Freud e outros; diz que pessoas limpinhas não sabem nada de sexo; tenta descrever a alma feminina e os homens ruins; fala sobre as infelizes de afeto; afirma que “homens de verdade” adoram ver duas mulheres na cama; que todas as mulheres para se sentirem putas deveriam fazer sexo anal; que todo mundo deveria trepar no local de trabalho; diz que a histeria é um laço social; que os gays são modinhas; que os filhos são experimentos dos pais; que a pedagogia anda transformando crianças em minitravestis; que as novelas de hoje pregam a cultura gay; e que sexo seguro não existe. Pondé toma como tese principal (e não vai além disso) de que o homem é um animal que vive através de instintos.
Luiz Felipe Pondé
Este “Guia Politicamente Incorreto do Sexo”, da série dos guias de livros politicamente incorretos organizados pela Editora Leya e que faz bastante sucesso, mas também irrita muita gente, poderia ter sido muito melhor. Parece ter sido escritor por um blogueirinho da moda. Nele, Pondé diz mergulhar em um terreno delicado do comportamento humano: a vida sexual. “O politicamente correto provoca um estrago em nossa vida sexual e afetiva, transformando-a num inferno maior do que já é, e nos impondo agendas políticas que são desejadas por uma minoria de pessoas mal-amadas. A praga do politicamente correto destrói, no campo do sexo e do afeto, uma miríade de relações microscópicas construídas ao longo de milhares de anos entre homens e mulheres a fim de dar conta dessa insustentável paixão que um tem pelo outro, seja nas suas formas legítimas, como casamento e família, seja nas suas formas ilegítimas, como o adultério e os segredos de alcova”, escreveu o autor.
Pondé dedica este livro a “todas as mulheres e homens que sobreviverão à estupidez do politicamente correto”. Perfeito! E explica: “No caso específico das mulheres, principalmente, às mais belas, que sofrem mais com essa desgraça. Faço, aqui, uma homenagem a quem não teme o pântano que é a nossa alma”. Mas quando alguém me perguntar se é um livro que todo mundo deveria ler, eu já sei a resposta: IGNORE! Quando vi o título fiquei morto de curiosidade. Tanto que comprei também os outros volumes sobre futebol, economia, filosofia, História do Brasil e do Mundo. E aquele que o Lobão escreveu sobre os anos 80. Porém, com relação a este sobre sexo: muito triste perceber que o filósofo se quer aprofundou seus argumentos. Fiquei sinceramente muito decepcionado por esse livro, onde o autor foi muito infeliz ao escrevê-lo. Não sei se o fez por necessidade em cumprir com contrato ou outra coisa que o valha, isso pouco importa. O que importa é que essa obra diminui muito o autor assim como deixa o leitor, indiferente ao texto. Grandes obras mexem com a gente, nos faz refletir por um longo tempo e nos possibilita crescer e mudar – sendo concordando ou discordando dos autores. Nesse livro isso não ocorre. Sai o mesmo de quando entrei. Isso é triste, ainda mais se tratando de um filósofo que tenho tanto apreço e que me é caro. Não recomento a leitura, a não ser pra tirarem a prova do que digo. Em suma, as pragas feministas com seus suvacos cabeludos e os “politicamente corretos” ainda vão acabar com a “graça” que é SER MULHER e gosto gostoso do SEXO! (“GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DO SEXO”, Luiz Felipe Pondé, crônicas, 222 pags – 2015).
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