Livros
A crise do coronavírus não afetou significativamente o segmento editorial brasileiro. De acordo com o último Painel do Varejo de Livros no Brasil, feito pela Nielsen Bookscan e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, foram 41,9 milhões de livros vendidos no país no último ano, um crescimento de 0,87% em relação a 2019, o que representou faturamento de 1,74 bilhão de reais.
A lista dos mais vendidos é bem variada, mas o grande destaque do ano ficou por conta dos livros de autoajuda e negócios, que ocupam 8 das 10 primeiras colocações. São eles:
- 1° lugar: Mais esperto que o Diabo (Napoleon Hill)
- 2° lugar: A sútil arte de ligar o foda-se (Mark Manson)
- 3° lugar: Do mil ao milhão (Thiago Nigro)
- 4° lugar: O milagre da manhã (Hal Elrod)
- 6° lugar: Decida Vencer (Eduardo Volpato)
- 7° lugar: O poder da autorresponsabilidade (Paulo Vieira)
- 8° lugar: Seja foda! (Caio Carneiro)
- 10° lugar: Os segredos da mente milionária (T. Harv Eker)
Na quinta colocação, aparece a primeira publicação de ficção da lista: o Box contendo toda a série de livros do Harry Potter, de J. K. Rowling. Sol da meia noite, de Stephenie Meyer, é a outra ficção do top 10, aparecendo na nona colocação.
Em seguida, o livro ficcional mais vendido do Brasil foi A Garota do Lago, escrito por Charlie Donlea. Mas, o grande autor de destaque de 2020 no Brasil foi George Orwell, que emplacou dois livros no top 5 de mais vendidos da categoria: “A Revolução dos Bichos” e “1984”, respectivamente.
O fato de muitos brasileiros criarem o hábito de leitura durante a pandemia e, por isso, buscarem grandes clássicos, além da popularidade atual de histórias distópicas, podem explicar o sucesso do autor inglês por aqui, mesmo sete décadas após seu falecimento. De acordo com dados do portal REVIEWBOX, até as pesquisas na internet sobre Orwell explodiram em 2020, justamente no início do isolamento social: em abril, ele foi 77,5% mais buscado do que em março, e o nível de buscas se manteve alto até outubro.
O primeiro brasileiro entre os mais vendidos da ficção é Chico Buarque, com seu livro “Essa Gente”, que ficou com a sétima colocação na categoria.
Entre os livros de não-ficção, o primeiro lugar da lista de mais vendidos foi ocupado por “Mulheres que correm com os lobos”, de Clarissa Pinkola Estes. A obra, que foi lançada há mais de três décadas, viu sua popularidade crescer novamente devido à consolidação da pauta feminista no país.
Completam o top 3 da categoria os livros “Mindset”, de Carol Dweck e “Escravidão”, do jornalista brasileiro Laurentino Gomes. O top 10 também conta com outras duas obras nacionais: “Pequeno manual antirracista”, de Djamila Ribeiro, e “A felicidade é inútil”, de Clóvis Barros Filho.