E lá vem música internacional
Atração vem chamando atenção pela quantidade excessiva de músicas internacionais apresentadas pelos candidatos brasileiros
Já estamos chegando ao quarto episódio do reality musical da Band, a versão nacional de X Factor, marca que é uma das mais interessantes do nicho musical. O X Factor Brasil, entretanto, vem chamando bastante atenção por não se diferenciar, ao menos no setlist, das versões americana e inglesa. A maioria das músicas escolhidas são internacionais.
Este não é um problema (se é que é um problema) só do X Factor. Tanto o The Voice quanto o Ídolos já sofreram com isto. Porém a atração da Band vem excedendo na quantidade e no último programa, por exemplo, tivemos uma séries de apresentações seguidas de musicas estrangeiras.
Lady Gaga, AC/DC, reggae, pop… foram inúmeras as músicas cantadas em inglês, nem sempre correto. E ai, fica a questão: por que isto acontece? É, de fato, um problema?
Em tese não seria problema, mas o que vemos em muitas destas apresentações é a total falta de conhecimento do que a letra realmente passa. Acabam somente cantando palavras sem sentido algum para eles, o que resulta em apresentações sem emoção, uma das marcas destes primeiros episódios. A exceção talvez tenha sido de uma versão lindamente cantada de Hero, clássico da Mariah Carey.
Fora isso, devemos entender o porquê desta enxurrada de músicas internacionais: primeiro pelo fato das referências neste tipo de programa serem internacionais. O X Factor, o The Voice e o American Idol (esse já cancelado) são 100% feitos com músicas em inglês, e o público acaba absorvendo estas grandes apresentações e buscam transportar para a versão no Brasil. Quase todas as canções já vimos em algum episódio do The Voice, por exemplo. Só lembrar-se da versão de Radioactive, dos americanos do Imagine Dragons. Já batida nos realitys americanos.
Outro fato, este bastante contestável, mas compreensível, é a ideia de que as músicas pop internacionais são mais propícias para o candidato mostrar seu poder vocálico. Isto acaba sendo uma meia verdade quando você toma por base a nossa MPB, que é cantada normalmente num único ritmo vocal, sem muitos altos e baixos e crescentes. Cantar uma música de Aretha Franklin, Mariah Carey ou Beyoncé, de fato, vai mostrar de modo mais evidente o poder da voz da candidata. Mas pode acontecer também algo bem comum e que estamos vendo bastante nestes primeiros episódios: candidatos que somente gritam. Confundem gritaria com uma grande performance vocal.
A primeira edição do X Factor só está começando, e certamente ainda veremos muitas apresentações de canções nacionais. Mas tomando por base os três primeiros episódios, o reality musical brasileiro tem muito pouco de Brasil, talvez somente o nome. E as apresentações internacionais de nossos candidatos não chegam aos pés das apresentações gringas.
Vamos esperar a evolução, que talvez só venha na segunda fase do programa.