Literatura

MIS Experience – Exposição: Leonardo Da Vinci é pop!

Exposição Da Vinci

“Saiba tudo sobre a megaexposição de Leonardo Da Vinci que inaugurou o MIS Experience, em SãoPaulo.”

Por Elenilson Nascimento

Recentemente fui convidado pelo jornal Estadão para cobrir a exposição “Leonardo Da Vinci – 500 Anos de um Gênio”, no MIS Experience – espaço criado pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e pelo Museu da Imagem e do Som, em parceria com a TV Cultura – que inaugura um excelente espaço para fomento da cultura, com uma experiência imersiva que possibilita ao visitante conhecer a vida e o legado deixado por este artista italiano por meio de uma exclusiva galeria com projeções, capaz de promover uma experiência interativa inédita no Brasil.

Embarquei para São Paulo na última sexta, 06/03, mais uma vez no esqueminha bate-e-volta, e, dessa vez, para fazer uma matéria simples para ser publicada em um jornal de São Paulo. Fiquei tão ansioso que nem dormi. Faltavam algumas horas e a ansiedade era algo de outro mundo, nem estava cansado, mas claro que o caos aéreo nos aeroportos é uma coisa que ainda me deixa bastante estressado. Muita demora, funcionários demasiadamente desinformados e mal educados é o que mais podemos encontrar… Mais e a eficiência nos investimentos? Só existe eficiência mesmo nas alfandegas para pegar gente querendo embarcar com produtos ilegais. E, agora, muito menos passageiros por causa dessa crise. E é assim que os problemas são “resolvidos” neste país de elite branca broca e modos medievais: restringindo o mercado e elevando os preços das passagens. Com isso, os empresários mantêm os lucros e a classe média, estrangulada, finge que “tá safo”, pelo menos livrou-se de dividir o espaço com os mais pobres e insubordinados, como eu.

A versão de Homem Vitruviano, do Eduardo Kobra, na entrada principal do MIS Experience.

Já em São Paulo, a nossa aventura teve início logo na entrada deste espaço cultural vizinho da Fundação Padre Anchieta, que é amplo, arejado e totalmente acessível para todos os públicos. Fomos recebidos por um Homem Vitruviano com 27 metros de comprimento por 4,5 metros de altura, obra do artista brasileiro Eduardo Kobra, que fica na entrada principal do Museu da Imagem e do Som que apresenta a mostra de Da Vinci. Batizado de MIS Experience, o novo centro cultural tem mais de 2.000 m² e está localizado na antiga marcenaria da TV Cultura. Todo o projeto foi orçado em R$ 8,5 milhões, custeados pela iniciativa privada. O espaço abre as portas com esta exposição em homenagem ao gênio italiano, dividida em três partes. Na primeira, é possível ver réplicas de diários e máquinas desenhadas pelo artista. Em seguida, 37 telões com até nove metros de altura projetam, em alta definição, obras de Da Vinci. Essa ala imersiva ocupa 800 m² e, de acordo com a organização, permite ao público enxergar até detalhes de pinceladas. Por fim, na terceira parte, existe uma área que desvenda os mistérios da “Mona Lisa”, uma das pinturas mais famosas do mundo.

Mas para você que gosta de arte, literatura, poesia, música, arquitetura, desenho e até matemática, a exposição é rica em detalhes no novo Museu da Imagem e do Som, com esta mostra multissensorial concebida pela Grand Exhibitions, empresa sediada em Melbourne, na Austrália. Então prepare-se para viver uma experiência única e totalmente inesquecível durante a visita à exposição, que vai ficar em cartaz até o dia 31 de maio de 2020. Mas, desde já, há filas gigantes para entrar na exposição imersiva, em São Paulo. A espera é de cerca de 50 minutos.

Ao passar pelos imensos portões princiais, a primeira parada nos convida a admirar os códices do artista – pequenos manuscritos encapados em couro, com anotações diversas sobre geometria, astronomia, botânica, geografia, tudo escrito no alfabeto espelhado do artista. Em seguida, nos deparamos com um grande salão que apresenta algumas das invenções do gênio da Renascença, entra elas a maquete de uma cidade ideal, uma bicicleta, as máquinas voadoras – inspiradas no voo dos pássaros, sistemas de rolamentos e molas (muitos deles interativos!) e até algumas de suas pinturas e desenhos mais famosos, como “A Virgem das Rochas”, “São João Batista”, “Dama com Arminho”, o “Homem Vitruviano” e até um auto-retrato.

Provável auto-retrato de Leonardo Da Vinci descoberto em Itália.

O MITO – Leonardo Da Vinci também era inventor e cientista, e entre os rascunhos de seus cadernos também estão muitos dos seus desenhos. Muitos deles contribuíram para estudos no ramo da Física, por exemplo. Na exposição, há anotações que mostram desenhos de espelhos côncavos que concentrariam raios de luz a partir de diversos ângulos, ajudando a entender mais sobre o funcionamento da Óptica. Excetuando o “Livro de Pintura”, publicado em Paris em 1751 e conhecido desde então como “Tratado da Pintura”, os textos de Da Vinci ficaram praticamente desconhecidos até o final do século xix. Mas teoremas iniciais referentes à inércia, à força e à ação/reação também foram encontrados entre os rascunhos do artista.

Em sua última e principal biografia, escrita pelo jornalista e biógrafo norte-americano Walter Isaacson (*demorei cerca de um ano para terminar este livro), o pintor, escultor e inventor italiano italiano foi apresentado, em resumo feito pelo próprio autor, como filho ilegítimo, gay, vegetariano, canhoto, muito disperso, ateu e herético, como se isso fosse motivos suficientes para desmerecer o grande artista que ele foi. Um estudo por seus próprios escritos, porém, nos permite aprofundar um ponto importante de sua personalidade: seu amor pelos animais. Na exposição, podemos encontrar também um provável auto-retrato de Da Vinci descoberto em Itália. De acordo com os especialistas, trata-se de um retrato original da época do Renascimento e não de uma cópia. As palavras “pinxit mea” (pintado por mim) foram detectadas atrás da tela e anunciam o que poderá mesmo ser um auto-retrato do pintor.

O “Homem Vitruviano”, desenho de Da Vinci.

Não há, por exemplo, quem não conheça o desenho de tinta em papel com duas figuras masculinas sobrepostas, com braços e pernas separados, dentro de um círculo e um quadrado. A obra é considerada por muitos um estudo das proporções e uma perfeita união entre arte e ciência. É o “Homem Vitruviano”… A obra é um famoso desenho que acompanhava as notas feitas por volta do ano 1490 num dos seus diários e é baseado na obra do arquiteto romano Vitrúvio. Descreve uma figura masculina nua separada e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça é calculada como sendo um oitavo da altura total. Às vezes, o desenho e o texto são chamados de “Cânone das Proporções”.

Um pouco mais a frente, uma parede inteirinha mostra estudos de anatomia, com dorsos, crânios, músculos, tendões, entre outros, todos com uma perfeição assustadora. Possivelmente o maior gênio da história da humanidade também já teve sua “personalidade” dissecada, estudada, explicada e ilustrada tanto quanto é possível, especialmente para alguém que viveu entre os anos de 1452 e 1519. A exposição abriga cerca de 18 áreas temáticas onde o público pode apreciar algumas das invenções mais notáveis de Da Vinci, em experiências multissensoriais, combinadas com conteúdos multimídia e narrativa em áudio. Uma das etapas nos leva,por exemplo, a um espaço imenso, com projeções de obras nas paredes, em painéis e no chão, hora coloridas, hora em preto e branco, tons de sépia… Confesso que foi um momento único para mim. Parei, sentei e chorei, contemplando aquela beleza toda! Difícil demais sair de lá!

“Madona Litta”, outra obra bastante visitada na exposição de Da Vinci.

A famosa obra “Madona Litta” é uma pintura do início do século XV atribuída por muitos investigadores a Da Vinci, enquanto outros pensam que pode ter sido pintada por um de seus seguidores, como Giovanni Boltraffio ou Marco d’Oggiono, uma vez que a técnica apresentada na obra não corresponde à utilizada por Da Vinci. De seguro, esta obra foi pintada em Milão e encontrava-se no Museu Hermitage São Petersburgo. Trata-se da representação da Virgem Maria amamentando o menino Jesus, um assunto devocional conhecido como a Virgem Amamentando. A pintura leva esse nome por conta da Casa de Litta, uma nobre família milanesa para a qual foi grande parte da coleção artística da época.

Em sua trajetória como artista, Da Vinci criou mais de 30 obras, contudo, nem todas foram concluídas, é o caso de “A adoração dos magos”, “São Jerônimo no deserto” e a “Batalha de Anghiari” – citadas em 100% dos cursos de artes nas universidades. Inúmeros desenhos, esboços e páginas de notas foram encontradas após sua morte. E, muitas delas, estão sendo exibidas nesta exposição imersiva, no Museu da Imagem e do Som (Experience) em São Paulo. Da Vinci deixou um grande legado artístico, principalmente, no que diz respeito às suas obras. Criou técnicas que até então nunca tinham sido utilizadas e transformou o mundo das artes. Ele aperfeiçoou o uso do sombreamento, o chamado “sfumato”, em suas pinturas. Já na escultura, utilizava o uso da perspectiva para modelar objetos em superfícies bidimensionais e até tridimensionais. Nas artes plásticas, foi um dos primeiros italianos a usar a técnica de óleo sobre tela. Geralmente, retratava em suas pinturas temas religiosos.

A Última Ceia, de Da Vinci.

Mas como a curiosidade é a melhor motivação para nos fazer seguir adiante, bora para a sala seguinte: um espaço com máquinas aquáticas como salva-vidas, escafandro, nadadeira de mão e um flutuador para caminhar sobre a água (lembre-se que tudo isso foi criado por ele há mais de 500 anos… E chegamos a um salão onde encontra-se a onbra “A Última Ceia”. Uma pintura sobre a parede do refeitório do Convento de Santa Maria Delle Grazie, em Milão, Itália, na qual Da Vinci utilizou a técnica de afresco mais comum, na época, que era a de têmpera de ovo sobre reboco úmido. A pintura representa o momento bíblico em que Cristo compartilha sua última refeição com os discípulos. Estudiosos de Da Vinci afirmam que o momento retratado é aquele em que Cristo afirmava “um de vós me há-de trair” e os discípulos estarão perguntando “Sou eu, Senhor?”. A análise baseia-se na agitação dos apóstolos na pintura, por meio de gestos dramáticos e expressões que demonstram apreensão e inquietação. Essa obra tornou-se a marca registrada do artista.

As constantes intervenções de restauração que “Santa Ceia” vem sofrendo ao longo dos séculos, por exemplo, levou também a que se fizessem algumas descobertas sobre a pintura. Como exemplo disso temos o detalhe de que entre a comida disposta na mesa estão representadas enguias (e não apenas vinho e pão como era comum), algo que se deve à popularidade desse prato na época. Existem também alguns registros de quem foram alguns modelos usados para a representação das figuras. Alegadamente um Alessandro Carissimo de Parma serviu de modelo para as mãos de Cristo.

Da mesma forma há indicações que um homem de nome Giovanni Conte tenha sido o modelo para a cara de Cristo. E sendo que o único Giovanni Conte de que há registro foi um militar, é curioso pensar que a figura calma e passiva de Jesus foi pintada à imagem de um militar. Uma das teorias mais famosas sobre uma das figuras da pintura, e que gerou um livro (Dan Brown) e um filme, é a de que a figura imediatamente à direita de Cristo seria Maria Madalena. Na verdade essa figura é São João Evangelista, o mais jovem, e o discípulo que Jesus amava e que estava sempre ao seu lado, e que aqui está representado de forma andrógina (figura de gênero indefinido), uma característica da pintura de Da Vinci.

Nessa exposição, que marca os 500 anos da morte do artista, as crianças (e adultos) se fascinam com a possibilidade de interagir com as obras desse inventor. Curiosidade, criatividade e imaginação: a combinação perfeita que fez Leonardo da Vinci se aventurar na pintura, escultura, arquitetura, engenharia, música, filosofia e em diversas áreas da ciência, como a anatomia humana. Ainda hoje toda a genialidade de Da Vinci desperta a curiosidade tanto dos adultos quanto das crianças. E muitos cientistas, pesquisadores e inventores se inspiram nela para criar suas invenções. Nesta exposição inspiradora, todos são apresentados a uma palavra difícil: “polímata”, usada para descrever um indivíduo que conhece muitas ciências. Era o caso de Da Vinci, que nasceu antes do Brasil ser descoberto, mas deixou um legado inestimável com suas invenções, para as ciências e as artes.

Mona Lisa, a mais fotografada.

Ao término desta área finalmente chegamos à sala “Os Segredos da Mona Lisa”, com MUITAS curiosidades sobre uma das pinturas mais famosas do mundo! Detalhes dos olhos, das mãos, da boca, a coloração da pintura através dos tempos, as restaurações pelas quais já teve de passar, a visão do primeiro esboço com a ajuda do infravermelho… Num espaço totalmente interativo, todos ficam encantados com as invenções navais, máquinas de guerra e uma das pinturas mais famosas de Leonardo Da Vinci: A Monalisa.

A “Mona Lisa” ficou popular junto ao grande público quando se deu grande publicidade ao seu roubo, em 1911. A imprensa se aproveitou do acontecimento: perguntado-nos quem poderia ter roubado a Mona Lisa, por que ela e sobretudo como? O quadro foi reencontrado, o culpado era um Italiano muito chauvinista de nome Vincenzo Peruggia. O seu ato tinha como intenção devolver a obra ao seu país natal. Peruggia pensava que Napoleão havia tomado o quadro da Itália e levado para a França, assim desejou levar novamente a obra para sua terra natal.

A técnica de composição da “Mona Lisa” faz dela uma das obras mais estudadas na história da arte e pelos artistas aprendizes. É apreciada pelo seu enquadramento muito moderno como um retrato que poderíamos fazer hoje em dia. Mais sutilmente, efeitos de ótica são criados pelo posicionamento dos olhos da jovem mulher e seu sorriso discreto. Alguns dizem que temos a impressão de sermos constantemente observados pela Mona Lisa, qualquer que seja a posição de onde se olha. Esta brincadeira demonstra os conhecimentos científicos e anatômicos de Leonardo da Vinci. Quanto ao famoso sorriso da “Mona Lisa”, as testemunhas contam que um grupo de músicos tocava durante as horas de trabalho do pintor para que ela mantivesse esse ar feliz.

Em 1516, Da Vinci levou a obra da Itália para a França, quando foi trabalhar na corte do rei Francisco I, o qual teria comprado o quadro. Depois disso, a obra passou por várias mãos, chegando até mesmo a ser roubada. Napoleão Bonaparte, por exemplo, tomou a obra para si. A obra também é conhecida como a Gioconda, que pode significar “mulher alegre” ou “a esposa de Giocondo”. A obra mais icônica de Da Vinci se encontra exposta no Museu do Louvre, em Paris, mas, agora, foi exposta uma replica nessa exposição, em São Paulo. E embora surjam outros resultados como medo, angústia ou incômodo, uma esmagadora percentagem (86%) dos traços em “Mona Lisa”, visíveis nas rugas de expressão em torno dos olhos e na curva dos lábios parecem indicar felicidade.

A “Mona Lisa” produz um efeito de ótica que resulta na impressão de que os olhos inquisitivos nos seguem.

A exposição de Leonardo Da Vinci é uma experiência enriquecedora, que proporciona um aprendizado interativo e descontraído. Que Da Vinci foi um homem de inúmeros talentos e habilidades, todo mundo sabe. Além de pintor, ele foi matemático, físico, cientista, geólogo, engenheiro, botânico, arquiteto, poeta, músico, anatomista e até mesmo filósofo. O interessante é que a exposição é muito mais interativa do que se imagina. Narrações contam um pouco da vida e do contexto onde viveu e trabalhou o artista, enquanto imagens ilustram as vozes em pequenos tabletes ou telas espalhadas pelo local.

Criada em parceria com o Museo Leonardo da Vinci, em Roma, a exposição é considerada a investigação mais completa e detalhada sobre o trabalho do artista já feita, trazendo 18 áreas temáticas que contam sua trajetória durante a Renascença, além de réplicas de máquinas desenhadas pelo italiano, algumas inclusive serviram como base para grandes invenções da sociedade moderna, como o helicóptero, o automóvel, o submarino, o paraquedas e a bicicleta.

A princípio seria apenas uma tarde, no esquema bate-e-volta, mas era tanta coisa pra ver e escrever que precisei de dois dias inteiros para conhecer todo o espaço. E olha que eu queria ficar mais! Uma aventura que tem início logo na entrada deste maravilhoso espaço cultural vizinho da Fundação Padre Anchieta, que é amplo, arejado e totalmente acessível para todos os públicos. E agradeço imensamente ao convite do jornal Estadão e aos organizadores do MIS Experience para a cobertura do evento. Foi simplesmente sensacional!

Se tem como resumir em uma única palavra? Imperdível!

A exposição é patrocinada pelo Bradesco, Cielo, Fiat, Pirelli, Sabesp e também pela Vale. Devido a grande procura, a exposição “Leonardo da Vinci – 500 Anos de um Gênio” foi prorrogada para até o dia 31 de maio, no MIS Experience, em São Paulo. Se você ainda não viu, esta é a sua chance! O MIS Experience, um novo braço interativo do Museu da Imagem e do Som, fica aberto de terça a domingo, das 9h às 19. O valor dos ingressos ficam em R$35 (inteira) e R$17,50 (meia) de quarta à sexta e R$45 (inteira) e R$22,50 (meia) aos sábados, domingos e feriados. A entrada se torna gratuita às terças-feiras. O museu, ainda, disponibiliza um transfer gratuito partindo do terminal turístico da Barra Funda, São Paulo. A visita inclui ainda uma experiência multissensorial com animações gráficas em alta definição, conteúdo multimídia e narrativa em áudio. Bora conferir? Se tem como resumir em uma única palavra? Imperdível! “A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível.” (Leonardo da Vinci)

+ confira mais imagens da exposição “Leonardo Da Vinci – 500 Anos de um Gênio” aqui:
https://www.instagram.com/elenilson_escritor/

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