nana. Foto: agnes cajaiba
Para os amantes da boa música, uma ótima notícia: finalmente saiu o primeiro álbum da cantora baiana nana. O álbum, intitulado pequenas margaridas, reúne canções do EP Expressionismo Alemão, que já indicamos aqui, mais outras músicas inéditas. Para fazer o download do álbum, basta acessar o www.pequenasmargaridas.com/
pequenas margaridas
O nome pequenas margaridas foi escolhido pelo fato do disco compartilhar dos mesmos ideais de liberdade e autenticidade do filme homônimo de 1966, de Vera Chytilová. Uma característica importante em pequenas margaridas é o seu caráter do it yourself. Além de gravar todos os arranjos instrumentais em sua casa, nana produziu, num processo quase artesanal, todas as bases eletrônicas sem se utilizar de efeitos de quantização, inclusive nas baterias eletrônicas. Nas vozes, os plug-ins de afinação também foram dispensados. O disco, que foi produzido e arranjado por nana e finalizado por Luis Calil, contou também com o apoio do selo Tupynambá para a gravação de voz, e do selo Midsummer Madness que se responsabilizará por parte da distribuição no Brasil.
nana
Com apenas 22 anos, baiana e morando em Salvador, nana que estuda Composição e Regência na Universidade Federal da Bahia começou seu projeto autoral no final de 2011. O principal diferencial de nana vem do fato de que além de interpretar e tocar, também compõe e arranja todas as músicas. Com a ajuda do computador e com os instrumentos que possui, nana cria as texturas eletrônicas e orgânicas em que se baseiam suas músicas dentro do seu próprio quarto. E é o computador que também lhe acompanha durante os shows, reproduzindo as bases por ela pré-editadas. Para acompanhar as bases, a depender da música, nana lança mão no palco de instrumentos como teclado, escaleta, cavaquinho, kaossilator e instrumentos de brinquedo.
Além da força que a música tem por si só, a recente carreira de nana vem sendo fortemente pautada pela imagem, principalmente por acreditar nos produtos visuais não apenas como meios de divulgação, mas como extensão do som que produz. Com dois clipes já lançados (expressionismo alemão e i can’t fall in love) e dois outros em fase de edição (aniversário e montanha russa), a cantora se apropria – às vezes até mesmo com as próprias mãos – da linguagem audiovisual para expor algumas das impressões que tem sobre a própria música.
nana, pequenas margaridas
Faixas
Expressionismo alemão: é de uma beleza que salta os olhos, primeiro por se tratar de uma referência direta a um dos movimentos artísticos mais interessantes do século passado, que ganha ainda mais força quando se trata do cinema propriamente dito, e depois pela própria estrutura da canção, uma mistura que nos traz lembranças da bossa nova, mas com elementos mais contemporâneos, e uma voz das mais agradáveis para se ouvir, que casa muito bem com a letra e melodia apresentadas.
O Céu de Estocolmo: uma doce canção, multi-instrumentalizada e que afirma o caráter globalizado da música de nana. É fácil achar referências, mesmo que você não saiba exatamente quais são realmente utilizadas por ela. Vem à cabeça muito de música francesa, européia como um todo. A voz permanece suave, não há aqui a necessidade de gritos estridentes, é sempre num tom agradável e prazeroso.
“Benjamim: já funciona como uma balada, muito bem elaborada, diga-se de passagem, com letra que se destaca numa multidão, por apresentar uma beleza quase poética.
“Erro passa o meu vestido, a seda cede ao jeito de jasmim, do seu apartamento guarda um beijo cinza para mim, ai, benjamim, benjamim”.
I can’t fall in Love: faixa cantadaem outra língua. Nada mais natural para uma garota que passou parte de sua vida fazendo intercâmbio.
Um promisor início de carreira desta bela cantora.