Noel Gallagher
Chasing Yesterday, novo álbum da Noel Gallagher’s High Flying Birds traz o melhor do cantor e compositor britânico; ainda melhor que o primeiro
Ele é um boca suja, muitas vezes arrogante, extremamente sarcástico, mas cá entre nós, Noel Gallagher, eterno líder do Oasis, é um tremendo de um gênio, ao menos na arte de compor lindas músicas e fazê-las viras hits instantâneos.
Chasing Yesterday, novo trabalho de seu projeto Noel Gallagher’s High Flying Birds, consegue ser ainda mais interessante e excitante que o primeiro álbum deles. Noel, nas dez canções do novo álbum, navega pelo que de melhor a música britânica pode entregar: melodias pegajosas, rock clássico e letras muito bem produzidas, mesmo que o seu significado não seja tão profundo.
Noel não precisa disso, não precisa entregar letras emblemáticas como Kurt Cobain ou outros astros icônicos. Noel sempre teve na simplicidade das letras e na perfeição das melodias o seu forte, é, em suma, o bom e velho rock and roll falando mais alto.
O álbum começa com a bela, mas estranha, Riverman. Rock mais leve, com pitadas de jazz, ela dá o pontapé inicial para uma viagem das mais agradáveis neste principio de ano. Logo depois vem o já hit In the Heat of the Moment, música excitante com refrão pegajoso, que certamente fará a enorme base de fãs do Gallagher mais velho cantar em uníssono.
The Girl with X-Ray Eyes é uma balada não tão balada: é a típica música britânica em carne e osso. Noel, um dos compositores mais talentosos da história, sabe melhor que ninguém criar este tipo de música. Logo depois vem Lock All the Doors, música que entraria tranquilamente em um novo álbum do Oasis, seja com Noel cantando, seja com o seu irmão, Liam, cantando.
Noel até declarou recentemente que tem escrito muitas letras para Liam, o que nos dá ao menos um pingo de esperança numa quase impossível volta do Oasis. Porém, as declarações atuais de Noel devem ser entendidas com muito cuidado, pois ele vem descarregando seu revólver para todos os lados, de Ed Sheeran à Beyoncé.
The Dying of the Light é uma das mais belas canções do novo álbum da Noel Gallagher’s High Flying Birds. Bonita, simples e com uma voz bem sensível, que Noel faz quando bem quer. Sua capacidade de emocionar continuar grande, e Chasing Yesterday é um prato cheio neste sentido.
The Right Stuff, a sexta canção do álbum, traz novamente uma vibe estranha, mas bastante interessante. Os instrumentos de sopro utilizados aqui lembram um pouco aquela atmosfera de Round Are Way, mas aqui a canção viaja para um psicodelismo que nos transporta para Falling Down, do último trabalho oficial do Oasis.
A sétima música, While the Song Remains the Same, traz um Noel ciente que não precisa de muitos truques para fazer seus fãs felizes. Basta escrever suas letras típicas e colocá-las dentro de uma embalagem com guitarras, bateria e a sua voz. Mais um ótimo petardo sonoro do álbum.
The Mexican é possivelmente um dos títulos mais interessantes e peculiares da carreira de Noel. A canção, entretanto, não possui nenhuma vibe que nos remeta ao México. Pelo contrário, é mais um bom e velho rock and roll sendo cuspido com toda a majestade do britânico.
You Know We Can’t Go Back, penúltima canção, é daquelas que merecem estar em trilhas sonoras dos melhores filmes alternativos. Simples, corrida, pegajosa e com Noel usando todos os elementos que o fizeram famoso no Oasis. Para finalizar, temos Ballad of the Mighty I, mais um petardo meio psicodélico, que dá para dançar, pular ou somente bater cabeça.
Noel Gallagher retorna melhor que nunca. Um dos maiores gênios da música, o melhor compositor de sua geração e um dos artistas mais importantes da música inglesa. O moço, que não precisa provar mais nada para ninguém, mostra que seu acervo de músicas maravilhosas ainda está bem longe de acabar.
In the Heat of the Moment