Coluna da jornalista Úrsula Neves sobre tudo que acontece no universo da cultura pop
O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha faz única apresentação gratuita na UERJ nesta quinta-feira
Duas mulheres se cruzam depois da Guerra da Bósnia: uma terapeuta norte-americana e uma jovem bósnia violentada. Ambas revelam suas histórias numa tentativa desesperada de encontrar forças para continuar suas trajetórias. Após quatro bem-sucedidas temporadas: no Sesc Copacabana, Teatro Poeira, Sesc Tijuca e Glaucio Gill, e uma indicação ao Prêmio Shell de Melhor Atriz para Fernanda Nobre, O corpo da mulher como campo de batalha, de Matéi Visniec, fará uma única apresentação, dia 09 de agosto, às 19h30, no Teatro Odylo Costa Filho, com entrada franca.
A apresentação faz parte do XV Congresso Internacional da Abralic – Associação Brasileira de Literatura Comparada. Após o espetáculo a professora adjunta do Setor Francês do Instituto de Letras, Luciana Persice, coordena um debate sobre a obra de Matéi Visniec com a participação do próprio autor romeno, das atrizes Ester Jablonski e Fernanda Nobre, do diretor Fernando Philbert e da professora de Literatura Brasileira, Giovanna Dealtry. O corpo da mulher como campo de batalha retrata duas mulheres arrasadas, feridas, que tentam reconstruir a percepção sobre si mesmas e sobre o mundo.
O Corpo da Mulher como Campo de Batalha
Através de Kate (Ester Jablonski), uma psicoterapeuta americana que trabalha como voluntária, e Dorra (Fernanda Nobre), uma refugiada bósnia vítima de estupro, Visniec deflagra um grito sobre a condição da mulher durante a guerra, quando o estupro era a tática mais utilizada para humilhar e derrotar o inimigo de ambos os lados. A dramaturgia de Matéi Visniec, aliada à direção de Fernando Philbert, tem a potência de traduzir o ser humano ao trazer para a cena a questão da violência contra a mulher sem derrotismo, mas sob o ponto de vista da luta e resistência em todas as guerras, até mesmo as do dia a dia.
O autor romeno, naturalizado francês após pedir asilo político em 1987, é considerado por muitos “o novo Ionesco”, por dar continuidade ao gênero do teatro do absurdo. Outro traço de seus trabalhos é o olhar crítico do autoritarismo e as contradições inerentes ao ser humano. Embora escrito nos anos 90, a atualidade é uma das marcas mais contundentes do espetáculo.
Ficha Técnica
Texto: Matéi Visniec Tradução Alexandre David Direção: Fernando Philbert Elenco: Ester Jablonski e Fernanda Nobre Iluminação: Vilmar Olos Cenário e Figurino: Natália Lana Trilha / Música Original: Tato Taborda Direção de Movimento: Marina Salomon Direção de Produção: Sergio Canizio Realização: Jablonsky Produções Artísticas Ltda
Assessoria de Imprensa: Lu Nabuco Assessoria em Comunicação