Estranhos no Paraiso
Entre as produções, O Homem que Caiu na Terra, protagonizado pela estrela do rock, David Bowie, morto esse ano
Um dos maiores destaques do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece anualmente nas cidades de Salvador e Cachoeira, é a Mostra Clássicos, que todos os anos apresenta ao público grandes filmes da história do cinema, vistos agora na tela gigante.
Para a edição de 2016, que acontece novamente em Salvador e Cachoeira, de 9 a 16 de novembro, a curadoria selecionou filmes que realmente podem ser chamados de clássicos. O Homem que Caiu na Terra, Estranhos no Paraíso, Morangos Silvestres, 8½, Mamma Roma, Longe do Vietnã, Le Joli Mai, Fitzcarraldo e Mélo.
Todas as cópias foram restauradas e serão projetadas em tecnologia DCP 2K, que garante qualidade de som e imagem, mesmo em filmes antigos.
Confira os filmes e se agende desde já
O Homem que Caiu na Terra (1976, direção: Nicolas Roeg) – Ficção científica. EUA/ Inglaterra. Thomas Jerome Newton (David Bowie) é um alienígena que vem à Terra em busca de água, para salvar o seu planeta. Disfarçado de empresário, ele faz uso de tecnologias avançadas para conseguir o dinheiro necessário para a construção da nave que o levará de volta para casa. Para isso, no entanto, ele deverá sobreviver à dura competição do mundo dos negócios e às tentações terráqueas.
Estranhos no Paraíso (1984, direção: Jim Jarmusch) – Comédia dramática. EUA. Willie (John Lurie) é um desocupado morando num pequeno apartamento em Nova York. Um dia ele recebe a visita inesperada de sua jovem prima Eva (Eszter Balint), vinda da Hungria. Inicialmente eles não se dão muito bem e, assolados pelo tédio, resolvem ir visitar uma tia em Cleveland.
Morangos Silvestres (1957, direção: Ingmar Bergman) – Drama. Suécia. Vencedor do Urso de Ouro de Berlim (1958) e do Globo de Ouro nos EUA (1960). Isak Borg (Victor Sjöström) é um professor de medicina que revisita vários momentos marcantes de seu passado, durante uma viagem de carro até sua antiga universidade, onde irá receber uma honraria. Acompanhado de sua nora, Marianne (Ingrid Thulin), ele evoca a memória de sua família e de sua ex-namorada. Quanto mais Borg recorda as decepções e desilusões que viveu, mais ele se sente frio e cheio de culpa.
Mamma Roma (1962, direção: Pier Paolo Pasolini) – Drama. Itália. Vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza (1962). Mamma Roma (Anna Magnani) é uma prostituta de meia-idade que sonha em mudar de classe social para poder voltar a viver com o filho adolescente. Ela faz de tudo para dar uma vida melhor ao rapaz, que não quer saber de estudar ou trabalhar e vive na rua com os amigos arruaceiros. Quando o passado de Mamma volta a atormentá-la, ela vai perceber que o recomeço é incerto.
Le Joli Mai (1963, direção: Chris Marker, Pierre Lhomme) – Documentário. França. Premiado no Festival de Veneza Maio (1962). Chris Marker e sua equipe filmam a cidade de Paris, buscando uma maior proximidade com as pessoas da cidade. O documentário faz uma reflexão sobre o primeiro mês de paz, após sete anos de guerra na Argélia.
8½ (1963, direção: Federico Fellini) – Drama/ Fantasia. Itália e França. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Figurino – Preto e Branco (1964). Prestes a rodar sua próxima obra, o cineasta Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) ainda não tem ideia de como será o filme. Mergulhado em uma crise existencial e pressionado pelo produtor, pela mulher, pela amante e pelos amigos, ele se interna em uma estação de águas e passa a misturar o passado com o presente, ficção com realidade.
Fitzcarraldo (1982, direção: Werner Herzog) – Drama/ aventura. Alemanha e Peru Vencedor do Melhor Diretor (Cannes, 1982). Início do século XX. Brian Sweeney Fitzgerald, mais conhecido como Fitzcarraldo (Klaus Kinski), é um homem extremamente determinado, que possui a louca ideia de construir uma casa de ópera no meio da floresta amazônica. Para conseguir o dinheiro necessário, ele decide explorar borracha. O problema é que, para transportar o produto, terá que atravessar morros e matas com um barco.
Mélo (1986, direção: Alain Resnais) – Drama romântico. França. Vencedor do César de Melhor Atriz e Ator Coadjuvante (1987). Na Paris de 1920, Pierre (Pierre Arditi) e sua mulher Romaine (Sabine Azéma), vivem um casamento feliz, até que o maestro Marcel Blanc (André Dussollier), antigo amigo de Pierre, que havia sido traído pela esposa, se apaixona por Romaine e eles passam a ter um caso extraconjugal. Romaine se suicida misteriosamente, enviando uma espécie de carta testamento ao marido.
Longe do Vietnã (1967, direção: Chris Marker, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Joris Ivens, Agnès Varda, William Klein, Claude Lelouch) – Documentário/ Drama/ Guerra. França. Sete grandes cineastas se unem para realizar um documentário sobre o Vietnã, demonstrando, em seus respectivos segmentos e curtas, suas preocupações, seus pensamentos, suas críticas e o seu apoio ao povo do Vietnã do Norte, a parte socialista do país, que, à época, resistia bravamente à invasão norte-americana e aos ataques do Vietnã do Sul, capitalista, e tentava sobreviver à Guerra do Vietnã.