Música

Paulinho da Viola

Paulinho da Viola

No último dia 12 de Novembro o sambista Paulo Cesar Batista de Faria completou 70 anos de idade. Dito assim poucos vão identificar que se trata do cantor e compositor Paulinho da Viola, que no dia 7 de julho, em apresentação única na casa de shows carioca Vivo Rio desfiou algumas de suas pérolas musicais mais reluzentes do seu vasto arsenal de preciosidades. Ali pude apreciar ao vivo alguns daqueles sambas emblemáticos, que indelevelmente brilham no panteão da MPB. Muitas canções vieram dos anos 70 que foi sua época mais produtiva em relação a quantidade. Mas contemplou também, por exemplo, o antológico disco Bebadosamba de meados dos anos 90, além de outras marcantes composições. Se você nunca cantarolou Foi Um Rio que Passou em Minha Vida ou Timoneiro, certamente sua mãe ou seu pai já e se por acaso não conhece e for agora buscar para escutar vai passar a cantarolar. Paulinho da Viola é referência e reverência do samba, tradição e atualização deste gênero tão tipicamente tupiniquim. Seus clássicos são canções providas de belas melodias que emolduram letras de grande intensidade emocional e aparente simplicidade na forma. O brilho inventivo de suas metáforas e a costura melódica de seu cavaquinho dialogam com o passado sem perder o presente de vista.

Paulinho da Viola

No show do Vivo Rio com a habilidade do artesão talentoso foi apresentando desde sambas mais antigos do seu repertório até outros mais modernos sendo que em um dos melhores momentos brindou a platéia com divertidas histórias do samba e cantou a capela canções de outros autores que conheceu e que nunca foram registradas em disco mas que ele guarda com carinho em sua memória afetiva. Em outro momento saudou o seu parceiro de sempre Elton Medeiros que se encontrava ali entre o público antes de emendar uma canção composta pela dupla. Quando o show vai caminhando para o seu final ou seja pouco mais de sessenta minutos, uma anônima voz na platéia faz um apelo em voz alta em direção ao palco : “Mais uma hora Paulinho!” pela empolgação e vibração do público esse sujeito realmente pareceu ser o médium do desejo da maioria.Mas ficou só no desejo mesmo. Está previsto uma série de shows celebrando os seus setenta anos, vamos torcer para que a Bahia faça parte deste roteiro e que possamos ter a oportunidade de ver aqui ao vivo e a cores o samba e a maestria de Paulinho da Viola.

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Josival Nunes é escritor, cineasta e colaborador do Cabine Cultural

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