Caro Esmerald
A esmeralda é uma pedra que de acordo com os historiadores foi descoberta no Egito há mais de cinco mil anos. Mas a que é objeto deste artigo foi revelado há pouco mais de quatro anos em Amsterdã. Depois que Amy Winehouse injetou jazz na veia do pop o resultado híbrido se tornou um legado que inspirou o despertar de talentos como o da cantora holandesa Caro Emerald.
Trata-se de uma daquelas vozes que dão encanto e graça às canções, um dom incomum descoberto quase que por acaso quando um produtor buscou uma voz para uma gravação demo de uma música e que ao ouvir Caro Emerald entoá-la viu que não precisava levar a canção para outra voz.
The Shocking Miss Emerald
A canção “Back It Up” virou rastilho de pólvora e estourando projetou a voz de Caro Emerald para o reconhecimento público. De lá para cá foram três discos, dois dos quais de estúdio, sendo o mais recente lançado em maio deste ano: “The Shocking Miss Emerald”. Neste mais novo trabalho confirma-se a força e a beleza das interpretações através do suingue pop dançante e da intensidade pulsante, tudo isso amplificado e conduzido com segurança e harmonia por uma voz melodiosa, bela e envolvente, como pode-se perceber em “Tangled Up”, por exemplo, e que já havia acontecido com semelhante brilho em “A Night Like This”, um dos seus sucessos anteriores.
Ela mesma admite que Amy Winehouse é uma inspiração, mas suas referências passeiam também pela música de Michael Jackson e Stevie Wonder, além das divas clássicas do jazz. Cantoras assim são artistas especiais que elaboram seu ofício de uma maneira tão natural e fluida que parecem estar brilhando há muito tempo, feito pedra preciosa de mais de cinco mil anos.
Josival Nunes é escritor, cineasta e colaborador do Cabine Cultural.