Coluna da jornalista Camila Botto sobre tudo que acontece no mundo televisivo
Crítica A Força do Querer: a audiência vai bem, mas e a trama?
Glória Perez adora tocar em feridas não muito bem cicatrizadas pela sociedade. O tal “padrão normativo” não é com ela. Até aqui, A Força do Querer mostra bem isso, com destaque para a história de Ivana (Carol Duarte), que se descobrirá transexual, para decepção total da mãe, a dondoca Joyce (Maria Fernanda Cândido).
Outra história que chama atenção é o triângulo amoroso formado por Bibi (Juliana Paes), Caio (Rodrigo Lombardi) e Rubinho (Emílio Dantas). Já vimos este filme antes: Paes e Lombardi só ficaram juntos após Bahuan (Márcio Garcia) ser rejeitado pelo público em Caminho das Índias. Que o casal tem uma química forte, todo mundo sabe.
A Força do Querer
Glória Perez – atualmente a autora com mais traços da saudosa Janete Clair – acerta em dosar as aparições das duas histórias acima com a principal, formada pelo trio Ritinha (Ísis Valverde), Ruy (Fiuk) e Zeca (Marco Pigossi). Porque? Os três, até aqui, não deram tanta liga e, se der errado, ela pode subverter naturalmente a importância das tramas.
No quesito audiência, a novela vai bem, obrigada. Tem mantido a média de 33 pontos na Grande São Paulo, deixando para trás sua antecessora – a chatérrima – A Lei do Amor.
Oremos para Glória não ceder às pressões externas e acabar por estragar a trama. Os noveleiros apaixonados – como esta que vos escreve – está carente de boas novelas, especialmente nesta faixa, que um dia já foi nobre.
Formada em jornalismo com pós-graduação em mídias digitais, Camila Botto é colunista do Cabine Cultural, editora-chefe do Feminino e Além, assessora do Teatro Castro Alves, autora do livro Segredos Confessáveis e sócia da Dendê Cult Press.