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The Blacklist termina temporada com saldo positivo

Lista Negra 1×03

The Blacklist tem na atuação de Spader seu ponto forte; seu roteiro também é inteligente e sua premissa central continua sendo peculiar e interessante

O ano de 2013 não foi dos melhores para o mercado de séries de televisão nos Estados Unidos. A quantidade de séries, programas e reality shows que fracassaram nesta temporada atingiu níveis nunca vistos até então. Foram poucas as que se salvaram e é justamente sobre uma destas que iremos falar agora.

The Blacklist, que no português literal seria traduzido com “a lista negra” foi, ao final de sua primeira temporada, terminada na semana passada nos Estados Unidos, uma das grandes surpresas do ano, tanto em termos de audiência quanto em qualidades de roteiro. A audiência da série, que está na grade de programação da Rede NBC, é uma das maiores, perdendo somente para o reality musical The Voice.

A história de The Blacklist gira em torno do personagem Raymond Reddington (interpretado magistralmente por James Spader), um dos criminosos mais procurados pelo FBI, que em um determinado momento se apresenta às autoridades americanas. Ele promete entregar diversos criminosos e terroristas (a tal Blacklist nasce daí) desde que trate dos assuntos somente com Elizabeth Keen, uma funcionária novata do FBI.

Esta é a interessante premissa da série, que se desenvolve com uma pergunta principal: por que ele escolheu justamente a policial Keen? E mais: qual a relação existente entre eles?

Bem, 22 episódios depois e já podemos saber um pouco mais desta tumultuada relação, nada que consiga responder detalhadamente as questões acima, já que talvez estas respostas só ocorram lá nos episódios finais da série, e como The Blacklist foi renovada para uma nova temporada, é necessário para a produção continuar mantendo o mistério principal. Mas mesmo sem saber com exatidão qual o nível da relação estabelecida entre os dois, muitas coisas importantes já foram reveladas durante a temporada.

É bem interessante a estrutura narrativa da série, que a cada episódio apresenta um nome (e o seu respectivo número na Blacklist) para ser capturado pela força-tarefa criada pelo FBI com a ajuda de Reddington. Isso acontece aos moldes de séries como CSI, Grey’s Anatomy ou qualquer outro procedural. The Blacklist tem, no entanto, a seu favor o fato de possuir uma história central (mistério, suspense e drama) que se desenvolveu de forma bastante satisfatória ao longo dos 22 episódios.

Traições, relacionamentos pessoais e mortes de personagens interessantes fizeram parte da primeira temporada desta longa história. Alguns momentos chegaram a quase ser cansativos, principalmente naquela velha discussão envolvendo séries que trabalham em torno de agências como FBI ou CIA: como criar uma polícia que não seja muito capacitada, pois caso isso acontecesse não teríamos uma história, já que os vilões seriam pegos facilmente por eles?

Lista Negra

Sabemos que não é bem assim que as coisas acontecem. Em The Blacklist vemos Reddington sozinho ser mais inteligente que toda uma equipe de profissionais altamente qualificados (aparentemente). Também não fica verossímil ver a polícia americana perdendo de vista a todo o momento um criminoso importante. Mas para o bem da narrativa, temos que engolir este detalhe, o que não é nada difícil, afinal de contas, o que a série entrega em termos de história faz este detalhe ser esquecido rapidamente.

E fora isso, é de se aplaudir a principal figura do projeto, e que faz a série valer muito, mas muito a pena: James Spader. Ele, sozinho, carrega a história nas costas (mesmo com seus maneirismos exagerados em certos momentos) e sua atuação é no mínimo digna de alguma indicação para prêmios importantes (Emmy, Globo de Ouro).

The Blacklist tem na atuação de Spader seu ponto forte; seu roteiro também é inteligente e sua premissa central continua sendo peculiar e interessante. Os atores secundários, no entanto, ainda não conseguiram chamar atenção e são – quase todos – descartáveis. Mas entre estes acertos e erros, a série pode ser considerada uma grande surpresa, com qualidades que certamente se sobressaem perante os defeitos. Vale muito a pena separar um tempo e correr para uma maratona de 22 episódios e esperar o mês de setembro, período que tradicionalmente marca a volta das tradicionais séries de televisão americana.

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