Literatura

TNT exibe 50 Tons de Cinza nesta segunda. Leia crítica

50 Tons de Cinza na TNT

Filme saído do livro erótico foi sucesso de bilheteria e por conta disso os outros livros também foram adaptados para o cinema

Na noite desta segunda, 20 de novembro, às 22h30, o canal fechado TNT vai exibir um dos filmes mais marcantes desta década. Sim, ele pode não ser unânime em termos de qualidade, mas 50 Tons de Cinza chamou a atenção de todos quando foi lançado.

50 Tons de Cinza

Anastasia Steele é uma estudante de literatura de 21 anos, recatada, virgem e atrapalhada por natureza. Ana tem uma grande amiga chamada Kate, que está se formando em jornalismo. Um dia, Kate adoece antes de fazer uma grande entrevista. Então Ana, apesar de relutante, decide substituí-la em uma entrevista para o jornal da faculdade a fim de ajudá-la e acaba conhecendo o poderoso magnata Christian Grey. Aos poucos, nasce uma complexa relação entre ambos com a descoberta amorosa e sexual da garota.

Erótico?

O filme, que é baseado no primeiro volume da trilogia erótica de E. L. James, é absurdamente mais comportado que o livro, e esta escolha trouxe por um lado uma sofisticação maior para a narrativa, mas por outro tirou o que mais chamava atenção na versão literária, que era aquela fome sexual de Christian, aquele desejo erotizado impregnado na sua pele, na sua voz, em suas falas. O roteiro, ao suavizar o protagonista, acabou deletando uma parte do DNA de 50 Tons de Cinza.

+ Além do erótico, aquém do dramático

As atuações de Dakota Johnson e Jamie Dornan não comprometem de forma alguma a história. Dakota entrega o que lhe pediram: uma jovem aparentemente inocente, virgem, romântica, mas com uma vontade (escondida em algum lugar de sua personalidade) de conhecer e testar seus limites. Ela faz isso bem, mesmo por vezes demonstrando certo desconforto, que não sabíamos se era da personagem ou da atriz.

De Jamie Dornan esperávamos mais, principalmente por sabermos do que o ator é capaz. Jamie acabou de finalizar a segunda temporada da série The Fall, e dominou completamente a história, levando ao seu personagem (um serial killer) dezenas de camadas e detalhes de personalidade, numa riqueza de interpretação.

Em 50 Tons de Cinza ele perde um pouco o brilho, e não deixa tão evidente o poder que Christian Grey possui na história. Usando aqui uma linguagem chula, ele era para ser o fodão da trama, esbanjando poder, arrogância, sensualidade e sexualidade. Mas nesta primeira parte da história ele parece ter sido castrado. E meio que foi, pelo roteiro, que resolveu tirar a parte mais pesada de sua libido e colocou no lugar algo mais palatável.

50 Tons de Cinza é bem melhor do que você, caro leitor, imaginava. Ainda está aquém do que você, caro cinéfilo, desejava. Usando então um meio termo, ele é um bom filme, não chega a ser erótico, não chega a ser dramático, não chega a ser romântico. Sem rótulos.

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