Crítica

Crítica Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate

Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate

Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate

Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate (Planes 2 – Fire and Rescue, 2014), filme dirigido por Bobs Gannaway  e roteirizado por Jeffrey M. Howard  

A história de Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate é bastante comum no mundo do cinema, sendo quase impossível o espectador ainda não ter assistido a um filme onde o personagem principal descobre alguma anomalia (doença…) que o proíbe de continuar exercendo sua função no mundo. Com isso ele é obrigado a recomeçar do zero em um novo objetivo de vida e neste processo se depara com inúmeras provações, dificuldades, mas que ao final ele é recompensado adquirindo o respeito de todos aqueles que o desdenhavam. É mais ou menos assim a continuação da história de Aviões, com a peculiaridade de que o personagem principal é um aviãozinho de corrida falante.

História
Nós temos então de volta o famoso avião corredor Dusty (voz original de Dane Cook), que descobre uma falha grave em seu motor, o que provavelmente o impossibilitará de correr novamente, e correr, para quem assistiu ao primeiro longa-metragem da série, é o grande barato de sua vida. Assim, triste e frustrado ele acaba descobrindo uma nova forma de ser útil: depois de, sem querer, começar um incêndio, Dusty se habilita para ser treinado e equipado e se tornar um SEAT (aviões usados no combate às chamas); uma espécie de corpo de bombeiros aéreo, que tem se mostrado bastante ineficaz, e isso traz como consequência o fechamento do aeroporto e também o cancelamento do tradicional Festival do Milho. Dusty passa a ser a grande esperança.

O grande foco da continuação de Aviões é a história de recomeço vivido pelo querido Dusty Voo rasante, desde o momento em que conhece seus novos colegas, o veterano Blade Ranger e sua equipe de salva vidas aéreo, incluindo a fã declarada de Dusty, Lil’ Dipper (voz original de Julie Bowen e Tatá Werneck na versão brasileira). Eles, que são chamados de SmokeJumpers, darão um novo sentido para a sua vida. A história, bem fluida, apresenta um roteiro bem enxuto, sem deixar alongar demais as tramas, o que inegavelmente dá um tom mais agradável que o filme anterior dos aviõezinhos falantes.

Mesmo com os clichês, muitas vezes necessários, a história acaba sendo bem desenvolvida, começando pela relação com seu novo chefe, o temido Blade Ranger. Blade é o típico chefe ranzinza, que esconde algum grande segredo que o faz ser assim. Sua relação com Dusty começa sem nenhum tipo de afeição e com muitas exigências, mas à medida que a história se desenrola os dois vão adquirindo um vínculo que ao final se mostra tão ou mais forte que aquele que temos com nossos familiares. Essa capacidade que temos de construir novas amizades e vê-las crescendo é talvez a grande mensagem que a animação leva ao seu público.

Outra mensagem, tão importante quanto, é a de que sempre podemos recomeçar, se uma porta se fechar (no caso do Dusty quando recebe a notícia de que não poderá mais correr) outras se abrem, depende tão somente de como você irá encarar os problemas que a vida lhe traz.

Com mensagens legais, algumas tiradas bacanas e referências pra lá de boas (a referência ao seriado Chips – lá da década de 1970 – estrelado por Eric Strada que dubla o personagem Nick ‘Loop’n’ Lopez do seriado Chops, uma homenagem ao seriado antigo de Strada) Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate é aquela típica animação família que dá para assistir com todos juntos. A direção de Bobs Gannaway  (O Segredo das Fadas) e o roteiro de Jeffrey M. Howard  (Tinkerbell – Fadas e Piratas), não atrapalham e até desenvolvem bem uma história de superação, recomeço, mas principalmente, de/sobre amizade. Simples, sem firulas, nem reviravoltas narrativas, mas eficiente.

Como bônus o espectador ainda escutará uma trilha sonora eficiente, que traz canções poderosas, como a incrível Thunderstruck do AC/DC.

Como nota desagradável, algumas escolhas da dublagem nacional, como, por exemplo, menções ao Rei do Camarote (???), ao uso dos bordões Sabe de nada, inocente, Cada mergulho é um flash (????) dentre outros termos que não agregam nada à história e soa superficial e meramente com propósito publicitário, sem o mínimo interesse em atender à lógica narrativa.

Mas enfim, neste caso, uma manga azeda não conseguiu contaminar todo o pé da fruta, e Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate ao seu final se apresenta como uma opção cinematográfica muito agradável, que promete deixá-lo mais leve quando a sessão terminar.

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